Estudos revelam que animais podem diferenciar sons e sincronizar movimentos

O sifaca-de-Verreaux (Propithecus verreauxi), dança na Reserva Natural de Berenty, ao sul de Madagascar. Foto: Reprodução

Um estudo revelou que o senso de ritmo ajuda os animais a diferenciar sons de diferentes fontes e sincronizar seus movimentos.

Um painel da conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, discutiu, no último fim de semana, a capacidade de alguns animais de marcar os compassos de uma música. A sessão “Treinamento Rítmico de Animais não Humanos: uma trajetória evolucionária da percepção de tempo” contou com psicólogos, neurocientistas, neurobiologistas e especialistas em linguagem e inteligência.

De acordo com os estudiosos, novos estudos deverão tornar possível a compreensão da “trajetória evolucionária da percepção e cognição da dinâmica temporal”, o que explicaria vídeos postados em redes sociais onde animais aparecem ‘dançando’ conforme o ritmo da música.

Estudos mostraram que os animais têm atividades cerebrais parecidas com as dos humanos. Aniruddh Patel, membro do painel e neurocientista cognitivo na Universidade Tufts, em Massachusetts, explica que o ritmo musical amplia uma extensa rede de regiões auditivas e de planificação do cérebro. “Sabemos que estruturas como os gânglios da base são importantes para o senso de ritmo, e áreas do córtex parietral ajudam a coordenar diferentes regiões do cérebro”, disse ele.

Assim, pesquisadores demonstraram como leões-marinhos, bonobos e cacatuas, entre outros animais, são capazes de acompanhar o ritmo da música e adaptar seus movimentos quando há alguma mudança de ritmo.

Segundo o pesquisador Peter Hook, pós doutorado na Emory University, que estudou o leão- marinho Ronan,  “os mecanismos neurais que sustentam a manutenção do ritmo flexível podem estar muito mais amplamente distribuídos pelo reino animal do que se acreditava anteriormente”.

Até então, os cientistas acreditavam que “a imitação vocal seria uma pré-condição necessária para o treinamento rítmico”, mas a limitação de produzir sons do leão-marinho questionava essa teoria.

Fonte: Terra