Fibra ótica de internet pode chegar ao Amazonas pelo linhão de Tucuruí
Grupo definirá compensações para liberação da obra. Foto: DivulgaçãoPrefeitos e secretários de meio ambiente de nove municípios do Amazonas formaram um grupo de trabalho para discutir e encaminhar propostas de medidas ambientais compensatórias para a construção do Linhão de Tucuruí. Em encontro com o vice-governador do Amazonas, José Melo, na manhã desta terça-feira (10/05), representantes destes municípios, de órgãos públicos e da iniciativa privada discutiram a implantação do novo sistema de transmissão de energia. No encontro, foi discutido, ainda, o uso da nova estrutura para facilitar a oferta de internet.
Durante a reunião, foram apresentados e discutidos os detalhes da implantação do Linhão de Tucuruí, cujas obras iniciaram há dois meses. O empreendimento, que integrará o Amazonas e o Amapá ao Sistema Interligado Nacional (SIN), está inserido no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal para substituir a matriz energética estadual, e tem previsão de conclusão para o segundo semestre de 2012.
Balanço da concessionária que está construindo o Linhão, a Manaus Transmissora de Energia S/A – composta pela Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Chesf e a espanhola Abengoa –, aponta que, até o momento, foram gerados 2,2 mil empregos na implementação das linhas e subestações, sendo 1.035 somente no Amazonas. A estimativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SDS) é de que sejam criados, até o próximo ano, dez mil empregos diretos.
“Além da geração de emprego e renda, nossa preocupação é que a construção do Linhão siga a política sustentável mantida pelo Governo do Amazonas”, afirmou a titular da SDS, Nádia Ferreira, ao analisar as características e o cronograma do projeto. As obras de engenharia já foram iniciadas nos municípios Rio Preto da Eva e Itacoatiara, restando Urucará, Silves, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Nhamundá e Manaus, além de Parintins, cuja inclusão no traçado do empreendimento ainda está em discussão.
Participaram do encontro, na manhã desta terça-feira, membros dos Ministérios Público Estadual e Federal, das Secretarias de Estado do Planejamento (Seplan) e da Ciência e Tecnologia (Sect), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), da Empresa Estadual de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), do Ministério de Minas e Energia e do Ibama.
Grupo de trabalho
Após discussões a respeito do impacto ambiental e retorno econômico para as cidades e comunidades por onde passará o traçado do Linhão, lideranças dos municípios amazonenses envolvidos decidiram pela criação de um grupo de trabalho. “Os prefeitos e secretários de meio ambiente vão se unir, a partir deste mês, para encaminhar propostas de ações compensatórias ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), que é a entidade ambiental licenciadora da obra”, acrescentou Nádia Ferreira.
Para o vice-governador José Melo, a oferta de energia do Linhão deverá garantir a expansão de investimentos de empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) e ampliar o desenvolvimento industrial do Estado. Segundo ele, a integração do Amazonas aos parques energéticos do restante do país também poderá representar a atração de novas indústrias.
“O Amazonas é o Estado que mais cresce no Brasil. Com o Linhão teremos energia limpa e suficientemente segura para poder sonhar com novos polos, como o gás-químico e o petroquímico. Também temos a maior mina de silvinita do Brasil e, por decisão do governador Omar Aziz e da presidenta Dilma Rousseff, vamos explorá-la e isso vai demandar muita energia”, frisou Melo.
Internet
Sobre a possibilidade de utilizar a fibra ótica da futura rede de transmissão do Linhão para melhorar a qualidade dos serviços de internet e telefonia digital no Estado, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sect), deverá apresentar, ainda este mês, um acordo de cooperação técnica à empresa construtora do empreendimento.
De acordo com o vice-governador, as negociações têm sido feitas junto ao Ministério de Minas e Energia, ao Ministério das Telecomunicações e à Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) para trazer a banda larga à capital e ao interior, com ganhos na velocidade que poderão chegar até 100Gbps, por meio do cabeamento do Linhão de Tucuruí.
“O governador Omar Aziz e eu já tivemos uma série de reuniões a respeito desse processo. Estamos agindo nos mesmos moldes das transações que ocorreram no Amapá, onde também foi assinado um termo de cooperação técnica com a empresa responsável pela construção do Linhão naquele Estado que permitiu o uso da fibra ótica”, complementou José Melo.
Fonte: D24am