Financiamento para projetos com foco em biomassa atrai 57 empresas

Cinquenta e sete empresas manifestaram interesse em participar do Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss), acordo de cooperação entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ao todo, será aplicado R$ 1 bilhão (R$ 500 milhões da Finep e a outra metade proveniente do BNDES) de 2010 a 2014 em projetos que visem ao desenvolvimento, à produção e à comercialização de novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa a partir da cana de açúcar.

As propostas selecionadas terão apoio das instituições, de uma e/ou de outra, com base nas linhas de financiamento, programas e fundos já existentes. Ou seja, os investidores poderão obter financiamento dentro das diversas linhas e programas da Finep e do BNDES, de acordo com as características dos projetos, incluindo participação societária por intermédio da BNDESPar. O custo para o tomador, portanto, dependerá do modelo do projeto apresentado.

Esta é uma iniciativa do governo brasileiro para unir esforços de seus principais órgãos de fomento a fim de que o Brasil possa alcançar, nas tecnologias mais avançadas, o mesmo protagonismo tecnológico já desempenhado na produção de biocombustíveis convencionais.

O nome das empresas aprovadas nesta primeira fase será divulgado em 19 de agosto. A partir daí, os empreendimentos terão de submeter seus planos de negócio à Finep e ao BNDES até 14 de outubro. O resultado final está previsto para 16 de dezembro.

O Paiss conta com três linhas temáticas: bioetanol de segunda geração; novos produtos derivados da cana, incluindo o desenvolvimento a partir da biomassa por meio de processos biotecnológicos; e gaseificação, com ênfase em tecnologias, equipamentos, processos e catalisadores.

Valor agregado

O acordo entre Finep e BNDES também visa estimular a obtenção de produtos de maior valor agregado, que podem ser obtidos a partir da biomassa da cana, como, por exemplo, os combustíveis de maior conteúdo energético (diesel, gasolina, butanol e querosene de aviação) ou mesmo intermediários químicos com aplicações industriais diversas.

Hoje, a carteira conjunta de projetos de inovação na cadeia de produção de etanol e derivados do Finep e BNDES soma R$ 413,5 milhões, dos quais a Finep é responsável por R$ 244,4 milhões por meio de financiamentos e o BNDES por R$ 169,1 milhões.

Desse modo, a aprovação do Paiss dota o setor sucroenergético com mais do que o dobro de recursos atualmente disponibilizados e, com isso, aproxima o Brasil do nível de investimento em inovação observado nos EUA e na União Europeia.

Fonte: MCT