Fórum de Gestores debate criação de Rede Genômica de Saúde no Amazonas

A proposta da criação de uma Rede Genômica em Saúde do Estado do Amazonas (Regesam) foi apresentada por representantes do Instituto Leônidas e Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia) durante a 7ª reunião extraordinária do Fórum Estadual de Gestores de Instituições de Ensino e Pesquisa.  O evento, coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), ocorreu na semana passada, em Manaus.

De acordo com o vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, um dos objetivos do projeto é colocar o Amazonas em condições de igualdade competitiva com os grandes centros de pesquisas nacionais e com isso, consolidar o desenvolvimento tecnológico e a inovação em genômica, com foco em saúde.

“Nós temos grandes áreas de pesquisas que poderíamos seguir como a dos agentes infecciosos, câncer e imunogenética humana. Se fosse possível realizar esses tipos de estudos, nós colaboraríamos com a descoberta, tratamento e diagnóstico de doenças”, disse Naveca.

Atualmente no País, já existem algumas redes genômicas, como a de Minas Gerais e a do Pará. “Com essa apresentação aqui, no Fórum, nós estamos buscando o reconhecimento oficial e assim, conseguir capital e custeio para pesquisas e também contribuir para a formação de profissionais”, completou o diretor da Fiocruz, Roberto Sena.

Segundo o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Odenildo Sena, o projeto tem uma característica fundamental para se conseguir crescer na área da ciência, que é o compartilhamento. “Esse é o caminho para se evitar o dispersar de recursos e pessoal. Hoje, crescemos juntos, principalmente, quando o assunto é ciência, tecnologia e inovação”.

Para oficializar a proposta da rede será feita uma reunião com as instituições interessadas em compor o projeto e logo após, o documento completo deve ser apresentado no próximo encontro do fórum.

REDE DE BIOTÉRIOS

Outro assunto discutido durante a reunião foi a implantação da Rede Amazonas de Biotérios, que tem a finalidade de criar e manter animais (como ratos, cães e coelhos) para serem usados como cobaias em experimentação animal. Hoje, o Amazonas possui quatro biotérios com sede no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado.

“Já fizemos três reuniões para fazer levantamento o de dados concretos e elaborarmos, assim, uma proposta para juntos conseguirmos investimentos e financiamentos por meio de encomendas e não de edital. Isso fortalecerá a estrutura de pesquisa no Estado”, disse, Fábio Moroni, do Biotério da Ufam.

“Essa ideia da rede já vem sendo discutida há algum tempo e vemos que se tornou de grande importância porque poderemos ir em busca de recursos não só na Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), mas em outros lugares também”, comentou  o titular da SECTI-AM.

O assunto voltará a ser debatido entre os gestores para ser oficializado. Entre as instituições que sinalizaram positivamente à proposta estão a Universidade do Estado do Amazonas e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa).

MELHORIAS PARA PÓS-GRADUAÇÃO

A questão da pós-graduação (Mestrado e Doutorado) ganhou ainda mais força no Fórum de Gestores e deve ser tema único de uma reunião extraordinária. Segundo a representante do Inpa, Beatriz Ronchi, durante um encontro com as instituições de ensino, avaliou-se que a pós-graduação no Estado enfrenta uma série de dificuldades, principalmente, no interior, por isso, da necessidade de se adotar ações no sentido de fortalecer essa linha de atuação.

“Hoje, a quantidade de doutores no interior do Amazonas é pequena e precisamos ampliar. Uma das alternativas para melhorar esse quadro é fazer parcerias entre as instituições presentes nos municípios. O que não podemos é deixar que essa situação piore”, disse Beatriz.

CIÊNCIA em PAUTA, por Danyelle Soares