Fórum discute inovação nas micro e pequenas empresas do Amazonas

CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas

A nona edição do Fórum de Inovação aconteceu no auditório do Senai, zona sul de Manaus. Foto: Marlúcia Seixas/CIÊNCIAemPAUTA

A nona edição do Fórum de Inovação do Amazonas realizado na noite de segunda-feira (23) no auditório do Senai, zona sul de Manaus, reuniu empresários, gestores e pesquisadores para discutir a inovação nas empresas do Estado.

A abertura do evento foi feita pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Odenildo Sena, que na oportunidade convidou a diretora-presidenta da Fundação  de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (Fapeam), Maria Olívia Simão, para compor a mesa, e o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial  (Senai), Aldemurpe Barros.

O encontro também contou com a participação de representantes do segmento naval. A programação iniciou com informes sobre eventos, editais e programas.

TECNOVA/AM

Maria Olívia falou sobre o lançamento do  Programa de Subvenção Econômica à Inovação Tecnológica em Micro e Empresas de Pequeno Porte no Estado do Amazonas (Tecnova/AM) nos municípios de Itacoatiara e Coari.

Segunda ela, este ano o Tecnova oferece às empresas o maior investimento já disponibilizado pelo Programa no Amazonas  na modalidade de subvenção econômica. “Essa empreitada conta com a participação da Fapeam que concede R$ 4,5 milhões oferecidos pelo Governo do Amazonas e R$ 9 milhões, do Governo Federal, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos  (Finep), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”.

As micro e pequenas empresas que pretendem concorrer a financiamentos de R$ 180 mil a R$ 400 mil podem contar com apoio de técnicos das instituições realizadoras e apoiadoras para a elaboração de projetos, atendimento às regras do edital e acesso aos recursos.

As instituições parceiras que podem também informar sobre o Tecnova/AM são: SECTI/AM, Fapeam, Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Senai/AM, Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Rede Amazônica de Incubadoras de Empresas (Rami), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas  (ADS), Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam)  e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AM).

ISI

Durante o evento foi anunciada a instalação do Instituto Senai de Inovação (ISI) de Microeletrônica, que funcionará em Manaus, em parceria com instituto alemão Fraunhofer e o Massachustts Institute of Technology (MIT).

O ISI em Microeletrônica vai atuar em rede com os demais institutos do País e terá como competência desenvolver tecnologias para o mercado de sensores. Além do ISI local, outros institutos estão sendo criados no pelo Senai, sendo 25 de Inovação e 63 de Tecnologia.

A expectativa é de que o ISI também desenvolva tecnologias em microeletrônica para atender  às empresas  não só do Polo Industrial de Manaus, mas dos demais Estados, tornando essas empresas mais competitivas e também diminuindo o volume de importação de tecnologia.

INOVAÇÃO

“Enquanto no Brasil a maioria dos pesquisadores é do Governo, em outros países os pesquisadores ficam nas empresas”, a declaração foi feita pelo professor doutor Paulo Roberto Feldmann, da Faculdade de Economia, administração e Contabilidade, da  Universidade de São Paulo (USP).

Feldmann diz que as empresas não inovam porque  o Brasil é um país cruel com as pequenas empresas. Foto: Marlúcia Seixas/CIÊNCIAemPAUTA

Feldmann diz que as empresas não inovam porque o Brasil é um país cruel com as pequenas empresas. Foto: Marlúcia Seixas/CIÊNCIAemPAUTA

Feldmann ministrou a palestra “Por que as empresas brasileiras não inovam?”.  Segundo ele, o Brasil é injusto com as micro e pequenas empresas. Em outros países, esses empreendimentos  têm a favor políticas públicas que os ampara na concorrência com empresas maiores. “Tudo começa com a pequena empresa”, adverte.

O professor ressaltou que faltam engenheiros e incubadoras .“São poucas as empresas que investem em pesquisa”, além disso o País tem uma deficiência grave de engenheiros nas mais diversas áreas, não só na construção civil.

Para ele é preciso que o Brasil, especialmente a Amazônia , esteja preparado para a nova grande mudança que há de vir: a das ciências da vida, que compreende a biotecnologia, genética,  farmacêutica e de equipamentos médicos. “Pela primeira vez o Brasil tem a chance de se aproveitar de uma onda. Essa é o momento para o País crescer, e da Amazônia vem esse estímulo”, conclui.

Respondendo à pergunta tema de sua palestra, Feldmann diz que as empresas não inovam porque  o Brasil é um país cruel com as pequenas empresas, e que também não inova.

A palestra de Feldmann encerrou a nona edição do Fórum. O próximo encontro terá temática verticalizada e contemplará o segmento naval.

CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas