FMT/AM se destaca no teste de novos medicamentos

CIÊNCIAEMPAUTA, POR MIRINÉIA NASCIMENTO

A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) do Amazonas é uma das principais parceiras do Ministério da Saúde  (MS) na validação de novos medicamentos para o tratamento de doenças, em especial, no combate à malária.

De acordo com a chefa do Departamento de Pesquisa da FMT-HVD, doutora Maria Paula Mourão, as pesquisas realizadas pela fundação são enviadas para avaliação do MS para, posteriormente, serem adotadas na política nacional de saúde.

“Todos os ensaios com novas drogas para a malária que vão ser adotadas pelo Ministério da Saúde no Brasil passam pela Fundação de Medicina Tropical. Somos talvez, um dos principais parceiros do ministério na validação de novos medicamentos para o tratamento dessa doença” disse Paula Mourão.

As pesquisas realizadas pela FMT-HVD são voltadas para a área de doenças infecciosas, como a malária, leishmaniose e algumas patologias dermatológicas. Há ainda, estudos na área de doenças causadas por vírus como a tuberculose.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) se destaca como grande parceira da FMT-HVD na realização desses estudos. Dos 155 projetos de pesquisas vigentes este ano na Fundação de Medicina Tropical, aproximadamente 20,3% são financiados pela Fapeam.

Segundo Paula Mourão, desde 2004 a FMT-HVD conta com o importante apoio financeiro da Fapeam que assumiu o financiamento de 100% das bolsas oferecidas pela instituição por meio do Programa de Apoio a Iniciação Científica (Paic). Ela destacou que, em 2013, a Fapeam segue como a principal agência de fomento da instituição.

A FMT-HVD conta com outras fontes de fomento como no caso da pesquisa realizada para o diagnóstico mais rápido da tuberculose, financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates (EUA). Esse método testado permite um diagnóstico entre duas e três horas. “O método convencional que informa sobre essa resistência dura em média 45 dias. Temos um ganho de tempo bastante expressivo para uma doença que o estado do Amazonas oscila entre o primeiro e segundo lugar em números de caso no país”, salientou Mourão.

O método testado usa o escarro do paciente para saber se a bactéria causadora da tuberculose tem um gene de resistência contra o principal medicamento utilizado contra a doença.

FMT-HVD É PIONEIRA NO USO DE DROGA CONTRA LEISHMANIOSE

Em 2011, a FMT-HVD foi a primeira instituição no Brasil a testar o uso de uma droga via oral para o tratamento da leishmaniose. Atualmente, todo tratamento disponibilizado pelo Ministério da Saúde para o tratamento da doença é injetável.

É necessário que novos estudos sejam realizados para comprovar a eficiência do medicamento oral e, segundo Mourão, a continuidade da pesquisa está garantida por meio de financiamento já aprovado pelo Ministério da Saúde. “Estamos aguardando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar a droga para continuarmos realizando o acompanhamento com um grupo maior de pacientes”.

Para ela, a FMT-HVD é um celeiro de testes de novas drogas e exames para diagnósticos. À medida que os resultados dessas pesquisas vão sendo concluídas, novas metodologias vão sendo incorporadas na rotina de assistência dos pacientes. “As pesquisas que fazemos se revertem, a médio e longo prazo, numa melhor e mais qualificada oferta de serviço prestado”, concluiu.

CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento