Fungicida à base do piquiá para combater insetos é testado em Parintins

05/01/2012 – Um fungicida vegetal à base do extrato do piquiá (Caryocar villosum), uma fruta amazônica encontrada na Amazônia Central, este é o trabalho de pesquisa que está sendo realizado pela mestranda Paula Mara Valente, do curso de Biotecnologia em Recursos Naturais da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Parintins. O estudo tem como objetivo desenvolver pesquisa em torno da planta amazônica com potencial fungicida capaz de realizar o controle biológico menos agressivo ao meio ambiente.

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A pesquisadora explica que as folhas, casca da árvore e polpa do piquiá são ricas fontes de taninos, substâncias que contribuem para a defesa das plantas contra o ataque de insetos e tem sido relacionada com inibição do crescimento de microrganismos.

Paula Mara comenta que nas últimas décadas alternativas menos agressivas de controle de pragas agrícolas têm sido utilizadas no controle de doenças e na sustentabilidade da atividade agrícola. Pragas como o fungo Colletotrichum sp e Fusarium sp causam grandes prejuízos econômicos às culturas de hortaliças e a outras espécies agrícolas.

“No município de Parintins (situada a 420km de Manaus), produtores de hortaliças sofrem o ataque desses fitopatógenos (fungos que causam doenças nas plantas), comprometendo sua produção e deixando em risco a saúde da população”, explica a mestranda Paula Mara.

Segundo ela, a diversidade de espécies vegetais na Amazônia torna importante a investigação de novas moléculas químicas capazes de serem utilizadas como controle biológico amenizando a agressão ao meio ambiente. “O que nos falta é mais investimentos tecnológicos na região porque precisamos procurar laboratórios fora de Manaus para fazer os testes”, lamenta a mestranda.

A pesquisadora explica que, no processo de pesquisa, as folhas coletadas do piquiá (Caryocar villosum) foram pesadas e secas em estufa a 30°C, em seguida moídas. Na realização dos testes, o extrato bruto das folhas foi obtido através do método de extração à quente e à frio e feita uma análise de sua atividade sobre os fungos (Colletotrichum  sp e Fusarium sp) que atacam hortaliças com resultados positivos.

CIÊNCIA EM PAUTA / SECTAM, por Luciete Pedrosa