Governo anuncia bolsas para favorecer educação socioemocional

Entende-se como competências socioemocionais itens como persistência, tolerância, responsabilidade, gerenciamento de conflitos, cooperação, autoestima e organização. Foto: Reprodução

Um acordo de cooperação foi assinado entre o Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e o Instituto Ayrton Senna para oferecer bolsas para pesquisadores, professores e educadores interessados em se aprofundar nas chamadas competências socioemocionais. Segundo anunciou o ministro da Educação, José Henrique Paim, em São Paulo, o Capes tem 90 dias para publicar o edital. O Instituto Ayrton Senna prestará consultoria.

Não foi divulgado o valor do investimento do Governo brasileiro nesta iniciativa mas, segundo Paim, a intenção do Ministério da Educação é formar profissionais capazes de iniciar a implementação dessas habilidades educacionais consideradas não-cognitivas no currículo escolar.

Essas habilidades socioemocionais devem, segundo os organizadores do evento, ser cada vez melhor desenvolvidas no âmbito familiar e escolar. 

Elas teriam, “igual ou maior importância”, segundo a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, do que as chamadas habilidades cognitivas (capacidade mental para adquirir conhecimento, organizar, refletir e interpretar) “no aprendizado e no sucesso das pessoas”.

Entende-se como competências socioemocionais itens como persistência, tolerância, responsabilidade, gerenciamento de conflitos, cooperação, autoestima e organização.

“Essas capacidades podem ser desenvolvidas na escola e em casa, adaptáveis à realidade de cada país. O aprendizado deve começar ainda na primeira infância e acompanhar o aluno por toda a vida acadêmica. É um ramo muito novo, para o qual só agora estamos nos tornando mais atentos. Este é o primeiro encontro mundial sobre este tema”, disse o belga Yves Leterme, vice-secretário-geral da OCDE.

Paim disse que esta discussão ainda é “uma novidade para o Brasil” e que as capacidades cognitivas não devem ser dissociadas das habilidades não congnitivas. “Na verdade o que precisa ser feito é fazer com que essas habilidades sejam trabalhadas no âmbito das políticas desenvolvidas. Nosso investimento vai nesta direção”, comentou o ministro.

O ministro afirmou ainda que o Governo brasileiro também vai financiar escolas e instituições de ensino interessadas em pesquisar e aplicar essas habilidades. Segundo Paim, que não falou em valores, o trabalho se inicia apesar de não haver uma política pública direcionada somente às capacidades socioemocionais.

“Nós temos os instrumentos de solicitação de financiamento por meio de programas já existentes como o “Mais Educação”. Queremos estimular para que mais propostas venham nesta direção. Basta os municípios e os estados nos procurarem”, declarou.

Fonte: O Globo