Governo federal já executou 99,5% do orçamento do Pacti, diz Rezende
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, apresentou na segunda-feira (26), em Natal (RN), os principais números do Plano Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (Pacti), que estabeleceu ações para o triênio 2007 a 2010. De acordo com o ministro, os resultados alcançados são satisfatórios e dos R$ 41,2 bilhões previstos para o período, 99,5% já foram executados.
“Quando lançamos esta meta, até eu mesmo duvidei que conseguiríamos aplicar todos esses recursos. Mas já chegamos a R$ 41 bilhões”, comemorou o ministro. O balanço foi divulgado na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), que acontece de 25 a 30 deste mês, na capital do Rio Grande do Norte.
Na avaliação do ministro, o bom momento da ciência brasileira é resultado da articulação de diversas pastas, bem como da política industrial com a política de C&T, situação bem diferente da vivida pelo país na década de 1990. Soma-se a isso o aporte crescente de recursos do governo federal e a mudança cultural das empresas brasileiras. Para se ter uma idéia, o MCT saiu de um orçamento de R$ 4 bilhões em 2006, para R$ 7,9 bilhões neste ano, um salto de 49,5%.
Destaque também para a ampliação do orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que passou de R$ 1,1 bilhão em 2006, para R$ 3,1 bilhões neste ano, alta de 64,5%.
O país ainda dobrou o número de bolsas ofertadas pelo CNPq e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), entre 2000 e 2009. Para este ano, a previsão é chegar a 160 mil bolsas e os recursos poderão alcançar R$ 2,6 milhões, ante R$ 1,36 bilhão em 2007.
Vale citar, ainda, o aumento da produção científica. Em 2009, foram publicados 32,1 mil artigos indexados, condição que confere ao país a 13ª posição no ranking internacional. “Saímos da zona de rebaixamento e hoje estamos entre os que mais publicam”, disse o ministro. Hoje o Brasil responde por 2,7% da produção científica mundial.
Institutos de Pesquisa
O ministro também destacou a importância dos institutos de pesquisa, que segundo ele são fundamentais para o sistema de C&T. Para ele, o programa operado pelo CNPq em parceira com os ministérios da Educação e da Saúde e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que criou 122 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, deu um novo impulso à pesquisa básica e descentralizou a produção em áreas estratégicas. A iniciativa recebeu R$ 609 milhões de investimento.
“Já somos reconhecidos internacionalmente como uma economia inovativa. A IBM anunciou que vai estabelecer um centro de pesquisa no país e isso contribuirá para a geração de riqueza no Brasil”, disse.
Próxima década
O ministro também anunciou as metas do Brasil para a CT&I para a próxima década. Segundo ele, entre as intenções do país até 2022 está ampliar os investimentos em P&D para 2 a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB); dobrar o número de bolsas; ter 450 mil pesquisadores; alcançar 5% da produção científica mundial; e decuplicar o número de empresas inovadoras e de patentes. “Também queremos assegurar a independência na produção do combustível nuclear e dominar as tecnologias de fabricação de satélites e de veículos lançadores”, disse.
Fonte: Gestão C&T online