Grupo de Pesquisa da Ufam desenvolve pesquisas na área energética
CIÊNCIAEMPAUTA, POR LIBIA DE PAULA
O Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), completa este ano 14 anos de criação desenvolvendo ações voltadas à produção e à disseminação de conhecimento na área energética. Atua em quatro linhas de pesquisa: eficiência energética, tecnologias alternativas, energia e meio ambiente e regulação de mercado e energéticos.
A equipe do CIÊNCIAemPAUTA conversou sobre as pesquisas em eficiência energética desenvolvidas pelo CDEAM com o diretor do centro, professor Rubem César Rodrigues.
O pesquisador é graduado em Engenharia Elétrica e Tecnologia Eletrônica. Possui mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Itajubá e doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Universidade Estadual de Campinas.
Confira a entrevista:
Qual foi a necessidade para a criação do Grupo de Pesquisa em Eficiência Energética?
Os docentes da Ufam vinham desenvolvendo pesquisas e estudos na área de eficiência energética de forma esporádica e sem uma troca de experiência entre os mesmos. A demanda da sociedade por soluções à problemática energética, particularmente no que diz respeito ao desperdício de energia elétrica, exige que as ações de pesquisa ocorram de forma sistematizada e com grande intercâmbio entre pesquisadores. Portanto, esta foi a motivação para criação do Grupo de Pesquisa.
Qual é o objetivo do GP e como está estruturado?
Nosso objetivo consiste em promover o debate e propor soluções para combater a conduta de gastos desregrados que existe em toda a cadeia produtiva do setor energético. O Grupo de Pesquisa atua de forma holística na temática da eficiência energética, estudando e acompanhando tanto aspectos relacionados com a legislação pertinente, bem como, no desenvolvimento e na adaptação de tecnologias eficientes. O Grupo desenvolve suas ações no âmbito do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico – CDEAM, órgão suplementar da Ufam, contando com laboratórios e equipamentos para atividades de campo.
Qual a importância da investigação científica, uma vez que existem poucos trabalhos relacionados nessa área do conhecimento?
Embora as questões relacionadas com a eficiência energética envolvam toda a sociedade, há um entendimento errôneo de que o tema diz respeito somente à área tecnológica e, em particular, a engenharia elétrica e mecânica, o que afasta vários profissionais que poderiam contribuir de forma significativa para a busca de soluções. Nesse cenário, a investigação científica e sua difusão são de fundamental importância, não somente para apontar soluções aos problemas relacionados com o tema, mas também evidenciar a importância do envolvimento de profissionais de diversas formações atuarem de forma multidisciplinar para a busca de soluções adequadas economicamente, socialmente e ambientalmente.
O senhor pode projetar o quantitativo de pesquisas desenvolvidas no GP e como essa produção acompanha os eventos nacionais e internacionais?
Até o momento, o grupo desenvolveu aproximadamente seis projetos, quantidade bem aquém do que poderia ter sido desenvolvido, considerando o tempo de existência do Grupo. Ocorre que os agentes fomentadores de pesquisa no País, raramente lançam Editais com foco nessa área de investigação, o que torna muito difícil a captação de recurso para pesquisa. O Grupo, na medida do possível, publica e participa de eventos nacionais pertinentes ao tema, no entanto, os mecanismos de fomento para participar de eventos exige que o pesquisador tenha publicação para apresentar o que, por sua vez, impõe que o pesquisador tenha recursos para desenvolver pesquisa, o que acarreta na dificuldade de captação de recurso em face da carência de Editais.
Qual a importância do apoio da SECTI e da Fapeam para o avanço da Ciência em nosso Estado?
Os comentários anteriormente feitos evidenciam a importância da Fapeam e da SECTI nesse processo. O Estado do Amazonas possui um setor elétrico que se caracteriza por elevados níveis de perdas, da ordem de 36%. Tal situação se reflete em toda a cadeia produtiva do setor elétrico, chegando até o consumidor final com forte perfil perdulário. Acrescente-se a esse cenário o fato do setor elétrico estadual está fortemente alicerçado no uso de combustíveis fósseis, portanto, com contribuição negativa para a intensificação do efeito estufa que afeta o planeta.
Entendo que tanto a SECTI como a Fapeam podem alavancar projetos e ações que tragam grande impacto no setor energético local, fortalecendo os grupos de pesquisa existentes, estimulando a formação de recursos humanos e fomentando ações de Pesquisa, Desenvolvimento, tecnologia e Inovação. A competência que a SECTI sempre demonstrou em integrar ações de CT&I visando ao desenvolvimento do Amazonas me habilitam inferir que ela possui a capacidade adequada para realizar essa tarefa com eficiência e eficácia.
CIÊNCIAemPAUTA, por Líbia de Paula