I Simpósio de Educação em Ciências na Amazônia
Mais de 350 pesquisadores que se dedicam ao estudo da ciência e da educação estiveram reunidos de 20 a 23 de setembro, em Manaus/AM, debatendo a respeito dos novos paradigmas do ensino de ciências, durante o I Simpósio de Educação em Ciências na Amazônia. O evento foi uma realização do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O Simpósio contemplou os seguintes eixos temáticos na área de educação e ciência: divulgação científica, o uso de espaços não-formais (museus, por exemplo), o currículo na formação de professores, além do uso de recursos didáticos e pedagógicos.
No total, 160 trabalhos (pôster e comunicação oral) foram apresentados. “Saio surpreendido não apenas com o esse evento e com essa Universidade, mas com o que se faz na Amazônia em termos de produção da ciência”, declarou o pesquisador do Centro Universitário Metodista de Porto Alegre/RS (CUM/IPA), Attico Chassot.
Chassot completou afirmando que “talvez um dos aspectos mais importantes dos espaços não-formais é escapar, e acho aqui que escapar tem um sentido muito forte, escapar da escola que tem marcas geralmente de domesticação. Esses espaços não-formais poderão dar oportunidades àquelas pessoas que usualmente não vão às escolas para que elas sejam envolvidas neste tipo de aprendizagem”.
O pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Dr. Roberto Nardi, lembrou que historicamente há dois movimentos que contemplam os motivos para se ensinar ciências: o primeiro, à medida que o país evolui você necessita de novos cientistas; uma segunda motivação é destinada ao público em geral, para que ele faça uso da ciência para a melhoria da qualidade de vida.
“Uma pessoa tem que ser alfabetizada cientificamente para que possa viver melhor. Os dados da ciência devem ser utilizados para a gente entender a natureza, o meio ambiente”, afirmou Nardi enfatizando que para o ensino de ciência são necessários professores muito bem formados tanto em termos de conteúdos quanto em métodos de trabalho.
“Nós temos que saber muito bem o conteúdo que iremos ensinar, mas também buscar aporte de outras disciplinas, como psicologia, filosofia, história da ciência. É muito complexo formar um professor que contemple tudo isso, então nós ainda estamos formando professores que precisam de complementação, disse Nardi que também destacou o papel de cursos de pós-graduações que apontam novas possibilidades para o ensino de ciência”.
Evento inédito na região Amazônica, o I Simpósio de Educação em Ciências na Amazônia chegou ao final com sensação de dever cumprido, ao possibilitar a integração de pesquisadores da área de Educação em Ciências e áreas afins para a socialização de processos e produtos no campo do Ensino de Ciências. “Esperamos que este seja o primeiro dos muitos que virão e que à medida que nós tivermos oportunidade de ir avançado neste evento, e tivermos o 2º, 3º, 4º… haja o redimensionamento do trabalho, sempre mantendo a qualidade”, afirmou o coordenador do curso de pós-graduação Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, Amarildo Menezes Gonzaga.
ASCOM/SECTAM