Internacionalização da ciência é tônica de discussão na SBPC
Natal (RN) 27/07/2010 – A cooperação internacional científica entre o Brasil e outros países foi a tônica da discussão promovida nesta terça-feira (27/07), durante a conferência “Diálogo com Dois Mundos: a internacionalização do CNPq”, apresentada pelo presidente do CNPq, Carlos Aragão em Natal (RN) durante a 62ª Reunião anual da SBPC.
Com o incremento no volume de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), o crescimento no número de mestres (39 mil/ano) e doutores (12 mil/ano), e a elevação na produção científica por pesquisadores brasileiros, o que representou 2,7% das publicações do mundo em 2009, Aragão destacou que é chegada a hora de dar maior visibilidade às pesquisas brasileiras em outros países.
Segundo ele, o Brasil tem pesquisas importantes que precisam ser exploradas internacionalmente, tais como temas relacionados à Biodiversidade, Biocombustíveis e Engenharia Espacial, que são tanto de interesse nacional quanto de outros países. “Está na hora de a gente competir internacionalmente”, disse.
Aragão reconheceu que há um sério problema em fixar doutores na Amazônia, por exemplo, destacando que a formação de recursos humanos qualificados também representa um grande desafio, e que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) assume essa responsabilidade de forma estratégica e essencial. “A FAPEAM tem tido papel importante, tem sido agressiva disponibilizando recursos nesse sentido”, frisou, durante a conferência. “Iniciativa desse tipo é fenomenal”, destacou.
Competência
O Brasil já tem competência técnica e infraestrutura suficientes para ampliar e fortalecer as parcerias internacionais, segundo Aragão. É nesse sentido que, de imediato, as agências deveriam incrementar os programas de bolsas no exterior, pois são fundamentais para estabelecer parcerias consistentes e duradouras.
“A cooperação internacional é quase exclusiva para mobilidade. É necessário financiar projetos e estabelecer redes internacionais”, afirmou, destacando que a cooperação simétrica com países desenvolvidos, o acompanhamento e a avaliação devem ser conjuntos.
Dessa forma, Aragão adiantou que na próxima semana o Comitê de Assessoramento para Cooperação Internacional do CNPq deverá se reunir para definir ações voltadas para lançamento de editais em cooperação internacional com a Alemanha. Espanha, Argentina e França também estão fechando parcerias com o Brasil nesse sentido.
Fonte: Agência Fapeam