Bioindústria, parques tecnológicos e recursos humanos são contribuições do AM para o plano de CT&I para a Amazônia
Ciência em Pauta, por Vanessa Brito
A oficina de elaboração do Plano de Ação para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação da Amazônia (PCTI/Amazônia), etapa Amazonas, teve como resultado sugestões de maiores investimentos em bioindústrias, em parques científicos e tecnológicos e fixação e valorização de recursos humanos para Amazônia. As propostas sugeridas se juntam com as de outros estados da região para formatação final, prevista até o dia 31 de outubro.
O plano é algo inédito para a região Norte. O encontro ocorreu na última sexta-feira (05) no auditório da Fiocruz. Durante o dia todo, aproximadamente 40 representantes de instituições de ensino, pesquisa e inovação do estado estiveram reunidos com os técnicos do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) – órgão designado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – para elaboração do PCTI. No período da tarde, os participantes se dividiram em grupos de trabalho e construíram as propostas com base nos seguintes temas: infraestrutura física e institucional; formação, atração e fixação de recursos humanos e consolidação e expansão dos polos de inovação regional.
Na avaliação do representante técnico do CGEE, Henrique Villa, as propostas apresentadas pelo Amazonas são ousadas. Villa destacou, por exemplo, a sugestão que propõe a melhoria da bioindústria. “A qualificação da microindústria para atuar junto à biodiversidade. O avanço da bioindústria e sua convergência para a bioeletrônica”, afirmou.
Villa destacou ainda que a proposta seria uma espécie de Ciências Sem Fronteiras da Amazônia, objetivando consolidar o sentimento do pesquisador pela Amazônia no sentido de fixá-lo e valorizá-lo na região. Outro destaque foi a sugestão sobre o avanço dos parques científicos e tecnológicos. “A mudança dos parques científicos e tecnológicos para novos consórcios, novos desenhos de polos de inovação que serão muito importantes para o plano. Portanto, saímos satisfeitos com a contribuição do Estado do Amazonas”, disse.
PCTI/AMAZÔNIA PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
O PCTI/Amazônia é um plano construído pelos representantes dos estados da Amazônia com ações para os próximos 20 anos. Proposto pelos secretários de CT&I em conjunto com os presidentes das Fundações de Amparo à Pesquisa da região Norte mais
representantes de CT&I dos estados do Maranhão e Mato Grosso, a ideia foi bem recebida pelo ministro de CT&I, Marco Antonio Raupp, que determinou que o CGEE mediasse a elaboração.
Em agosto, o CGEE volta aos 9 estados para discutir a versão final. “Até lá, nós teremos reuniões setoriais, com pequenos, médios e grandes empresários da região, reuniões com alguns setores específicos e com que deseja ser parceiro da Amazônia”, disse Villa. O representante do CGEE também não descartou a possibilidade de diálogo com outros países.
“A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica tem procurado o CGEE para dialogar, mas não queremos sentar com os demais países da Amazônia, antes de ter um consenso mínimo com os estados que fazem parte da Amazônia brasileira. Países como Venezuela, Bolívia, Peru podem ser trazidos para este processo”, destacou.
SECTI-AM COORDENOU A ETAPA AMAZONAS
A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) coordenou as oficinas de trabalho na etapa Amazonas. As equipes contaram com a subdivisão de temas em três grupos com cerca de 10 participantes. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Centro de Incubação e Desenvolvimento do Amazonas (Cide), Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte) foram algumas das participantes no encontro.