Investimentos em Saúde foram abordados durante o lançamento do PPSUS AM

O panorama dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) na área da saúde no Amazonas ao longo de 11 anos foi a temática abordada pela diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olívia Simão, durante o lançamento do catálogo do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde  (PPSUS).

Segundo Olívia, nesse período aconteceram mudanças interessantes nas unidades de saúde, principalmente no número de grupos de pesquisas que atuam nessa área. Para ela, os investimentos financeiros e o comprometimento político são importantes, porém, os principais colaboradores nesse processo de transformação foram as pessoas. “A participação de pessoas de diversas áreas de atuação médica, que se debruçaram sobre uma problemática específica, possibilitou a visibilidade nacional e internacional das pesquisas desenvolvidas no Amazonas”, enfatizou.

A presidenta relembrou que no primeiro trabalho de mapeamento, realizado em 2003,  somente a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), associada à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ofertava cursos de pós-graduação. “Nesse ano, quando iniciamos o mapeamento, identificamos que não tínhamos nenhum grupo de pesquisas na área da saúde cadastrado no Sistema Nacional de Pesquisa. Hoje, fico muito feliz em dizer que nosso Estado já conta com 68 grupos”. Ela avalia que embora a Fapeam tenha feito muitos investimentos nesse campo, ainda existe a necessidade de se olhar estrategicamente para essa área e de se fazer ações mais direcionadas.

Alguns dos dados apresentados por ela demonstram que a Fapeam possui um total de 306 linhas de pesquisas na área das ciências da saúde. Mais de dez mil livros, artigos, resumos, entre outros, foram produzidos pelos grupos de pesquisas em saúde. Doze por cento (12%) dos pesquisadores doutores do Estado estão na área da saúde. Sete por cento (7%) de tudo o que a Fapeam investiu foi destinado para bolsas de mestrado e 11% de doutorado, isso no campo da saúde. A diretora-presidenta destacou que essa área ocupa o segundo lugar como a principal demanda para se fazer cursos fora do Estado.

De acordo com dados do diretório de grupo de pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os grupos de pesquisas do Estado estão concentrados na Ufam, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), FMT-HVD, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Fiocruz Amazônia, Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e Universidade Nilton Lins.

O catálogo contempla 27 trabalhos distribuídos em quatro áreas. Imagem: SECTI-AM

 O CATÁLOGO

Idealizado pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Odenildo Sena, o Catálogo PPSUS Amazonas envolveu um esforço da equipe técnica da SECTI-AM, da Fapeam e demais colaboradores institucionais. “Nós temos que contar com a solidariedade dos gestores públicos e dos pesquisadores para que permitam o acesso a essas pesquisas, pois os recursos em CT&I na saúde vão ser acrescidos quando esses produtos forem colocados a serviço da sociedade”, comentou Sena.

A edição lançada contempla 27 pesquisas realizadas no Estado, nas áreas de doenças transmissíveis; doenças não transmissíveis; saúde de populações em situação de vulnerabilidade; comunicação e informação em saúde; e políticas públicas e gestão em saúde.

Nesta primeira edição do catálogo estão disponíveis 5 mil exemplares que visam não só a divulgação dos resultados alcançados no PPSUS, mas também contribuir para a transferência de tecnologia entre pesquisadores e gestores, com o objetivo de promover o avanço da saúde e da qualidade de vida da população amazonense.

Para o programa PPSUS no Amazonas, em 2004, a Fapeam executou  R$ 1,372 milhão, recursos utilizados para financiar 13 projetos de pesquisa. Na segunda edição (2006) foram aprovados 18 projetos. Em 2009, mais 28 projetos para um aporte de R$ 2,964 milhões.

CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento