Julio Schweickardt, vice-diretor de ensino da Fiocruz

CIÊNCIAemPAUTA, por Laize Minelli

Um caminho curioso.  Pouco depois de concluir o curso de Teologia, Julio César Schweickardt chegou a Manaus e fez uma nova graduação, desta vez em ciências sociais, depois mestrado em antropologia da saúde, mas foi somente com o doutorado em história da ciência, que Julio passou a ter mais envolvimento com o campo das ciências. “A ideia de que a ciência é um produto social e responde às questões da sociedade foi o que me fez investir na área”,  disse.

Trabalhando há 11 anos no Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazonia), quatro deles exercendo o cargo de vice-diretor de Ensino, Comunicação e Saúde da instituição, Julio César Schweickardt contou ao CIÊNCIAemPAUTA como é atuar no desenvolvimento de profissionais para uma das mais crescentes editorias do país: a de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

CIÊNCIAemPAUTA: Qual é o papel primordial do jornalista de ciência?

Julio César Schweickardt: Eu acho que papel do jornalista é fundamental em divulgar os resultados de pesquisas e do que as instituições têm trabalhado há tantos anos. É o papel de aproximar a ciência dos públicos: crianças, adolescentes,  adultos e das pessoas mais simples, porque na maioria das vezes a ciência fica fechadas nas instituições, e os jornalistas abrem um espaço de diálogo importante entre ciência e mídia.

CIÊNCIAemPAUTA: Como a Fiocruz atua na formação dos novos profissionais de divulgação científica?

JCS: A Fiocruz tem um trabalho na formação de profissionais de comunicação em relação a como tratar essas informações, como divulgar as notícias de CT&I. A parceria com Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) tem como objetivo colaborar na formação dos jornalistas. Já estamos na segunda turma de especialização em divulgação cientifica no Amazonas,  uma estratégia para qualificar os profissionais da imprensa sobre o assunto ciência.

CIÊNCIAemPAUTA: Já é possível observar os resultados desse investimento?

JCS: Sem dúvida. As várias pessoas que já formamos estão espalhadas e trabalhando na área. A gente tem feito isso, mas o papel que a Fapeam tem feito é mais inovador com a criação de uma área específica de divulgação e isso foi fundamental. A divulgação da ciência tem crescido e já tem seu espaço conquistado.

CIÊNCIAemPAUTA: Qual a importância desse trabalho em  longo prazo?

JCS: Nós, como instituição de pesquisa e ensino, desempenhamos um papel de parceria e colaboração com o Estado e temos o compromisso de levar à sociedade o conhecimento dos produtos da ciência.  Essa aproximação ciência e mídia deve ser aprimorada e nós como instituição temos uma responsabilidade muito grande em mostrar  que aquilo que estamos fazendo é pra melhorar a qualidade de vida da população, é aí o lugar da boa divulgação científica.

CIÊNCIAemPAUTA, por Laize Minelli