LEGISLAÇÃO – Avanço: proposta de novo Código da Ciência é apresentada em Brasília
“A primeira prioridade é desburocratizar. O governo precisa dar condições para os cientistas brasileiros exercerem todo o seu potencial”, declarou a geneticista Lygia da Veiga Pereira, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade do Estado de São Paulo (USP), em entrevista recente à Revista Minas Faz Ciência. A pesquisadora relata a realidade da comunidade científica brasileira, criticando a burocracia, que muitas vezes entrava a pesquisa no país. “Dependemos da importação de materiais científicos que demora cerca de 45, 60 dias para chegar. Nos Estados Unidos, por exemplo, no dia seguinte o material está na bancada do cientista”, relata. Esta é apenas uma das dificuldades que a ausência de uma legislação específica para a ciência e tecnologia no país pode causar, atrasando o avanço científico brasileiro. Mas esta realidade pode estar com os dias contados.
Foi apresentada no dia 30 de agosto em Brasília uma proposta de Projeto de Lei que propõe um arcabouço legal específico para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). O documento foi apresentado às autoridades fundamentais para o processo de tramitação do documento no Congresso e no Executivo, como os presidentes do Senado, José Sarney e da Câmara, Marco Maia; os ministros de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, entre outros. O documento foi entregue por uma comitiva da qual fazem parte o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Mario Neto Borges, que também preside FAPEMIG, o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), Odenildo Sena, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader e o Diretor da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Elibio Rech. O presidente do Confap e da FAPEMIG, Mario Neto Borges, afirma que o documento é de interesse nacional e suprapartidário, subscrito e apoiado por todas as importantes instituições da área e, em uma única documentação, reúne, no sentido de eliminá-los, todos os itens que emperram o desenvolvimento da CT&I no País.
Código da Ciência
Há quatro meses, um grupo formado por juristas, representantes de cinco Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e uma Secretaria de Ciência e Tecnologia, de diferentes regiões do País trabalharam na elaboração da proposta para esse novo arcabouço legal específico para a área de CT&I. As discussões tiveram início durante o Fórum Conjunto do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), realizado em Belo Horizonte, em maio. Depois do evento, o grupo se reuniu em Goiânia, em seguida em Belo Horizonte e novamente em Brasília, onde avançaram no texto, que foi apresentado em 26 de agosto, em João Pessoa (PB), durante o Fórum dos dois Conselhos. Em seguida, o deputado Sibá Machado articulou a apresentação em Brasília. Para a procuradora do Estado de Minas Gerais e procuradora chefe da FAPEMIG, Catarina Linhares Barreto, que também é integrante da Coordenação do Grupo, o Código da Ciência vai facilitar a vida do pesquisador em todos os aspectos, como por exemplo, nas contratações e aquisições, importações, intercâmbio de pesquisadores, desenvolvimentos de projetos em parceria com empresas, entre outros.
Fonte: http://fapemig.wordpress.com