Livro aborda aspectos econômicos e sociais do Careiro da Várzea e da Região Metropolitana de Manaus
09/01/2012 – O cenário econômico e social dos municípios que compõem a Região Metropolitana de Manaus (RMM) vêm inspirando diversos estudos sobre o tema. O mais recente resultou no livro ‘Socioeconomia do Careiro da Várzea nas águas da Região Metropolitana de Manaus’.
A obra, composta por seis capítulos temáticos, contou com a colaboração de economistas, administradores, pesquisadores, professores e tecnólogos em Gestão Logística Empresarial. As potencialidades da RMM; a sustentabilidade da região e a produção de laticínios, além de expectativas para Manaus nas próximas décadas, estão entre os temas abordados.
A ideia de explorar o tema e produzir o livro surgiu no início de 2009, capitaneada pelo professor Evandro Brandão, juntamente com alunos do curso de Tecnologia em Gestão em Logística Empresarial do Centro Universitário Luterano de Manaus (ULBRA). Segundo Brandão nasceu ali o interesse em pesquisar mais a fundo a Amazônia e seu potencial econômico. “Naquele momento ainda não existiam comentários e nem mesmo propagandas sobre a criação da Região Metropolitana de Manaus”, disse, ressaltando que esse assunto somente tomou corpo a partir do final de 2009.
Para Brandão, o resultado final da pesquisa possibilitou o esclarecimento do que é a Região Metropolitana e a apresentação de expectativas em relação ao futuro da cidade de Manaus como metrópole-mãe da RMM.
Assim, segundo as pesquisas, Manaus foi classificada como Polo Naval; Careiro da Várzea como Polo Frigorífico; Iranduba como Polo Oleiro; Manacapuru como Polo Pesqueiro; Novo Airão como Polo Turístico e Polo Naval Tradicional; Rio Preto da Eva como Polo Logístico; Itacoatiara como Polo Moveleiro e Presidente Figueiredo como Polo Minerário. “Compreendida essa vocação natural será possível desenvolver estratégias para que cada um desses polos gere trabalho e renda local, elevando o nível de participação da sociedade na economia local, regional e nacional”.
Futuro próximo
Outro aspecto trabalhado no livro foi procurar antever como estará Manaus daqui a duas décadas. Neste capítulo, assinado por Sílvia Paz, advogada, professora e servidora da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas (SECTAM), são listados 23 pontos estratégicos para o desenvolvimento da região. Setor pesqueiro; recursos hídricos; energia; turismo; trânsito; ciência, tecnologia e inovação; trabalho e educação, entre outros temas estão em destaque.
Uma das primeiras abordagens da autora tem no setor pesqueiro o principal foco. Para Sílvia, os avanços na piscicultura poderão minimizar a escassez do pescado no futuro, por exemplo. “A criação de peixes em cativeiro será um dos motores da economia amazonense”, avaliou. A autora ainda ressaltou que será preciso desenvolver novas técnicas para o aproveitamento do peixe em sua totalidade. Outra ‘aposta’ de Sílvia é que a comercialização da carne de jacaré será comum e que a iguaria fará parte do cardápio dos amazonenses.
No quesito trânsito, Sílvia destaca a urgente necessidade da criação de alternativas para a mobilidade urbana. “O metrô de superfície será uma opção posta em prática”. Ela também reforça a importância da popularização do uso das bicicletas como meio de transporte e de carros menores para diminuir os engarrafamentos. Já os crimes de trânsito, de acordo com a autora, terão punição mais severa.
A CT&I também teve destaque neste cenário futurístico. Para Sílvia o setor de alimentos, por exemplo, será muito beneficiado com o avanço nas pesquisas. O mercado será cada vez mais exigente, disputado e diversificado, o que vai levar as empresas a investirem mais em pesquisa e inovação.
A autora encerra sua abordagem destacando a questão da sustentabilidade. A palavra, tão em voga atualmente, deixará de ser apenas um termo usado sem objetivos práticos, e passará a fazer parte do cotidiano das pessoas.
CIÊNCIA EM PAUTA / SECTAM, por Sílvia Leila Alves