Manaus sedia conferência internacional sobre economia verde
Pesquisadores do Brasil e de vários países estiveram reunidos no salão Rio Negro, do Tropical Hotel em Manaus, durante os dias 29 e 30 de junho, na Conferência Internacional sobre Economia Verde Institucional e Legal, a Lige 2011, para debater sobre o tema ‘Economia Verde: implicações legais e institucionais’. O objetivo do encontro foi debater a criação global de uma economia verde e mais sustentável, seus aspectos legais e institucionais, além de discutir as patentes verdes, as novas tecnologias e a questão da biopirataria.
Para o idealizador da Conferência, Raul Gouvêa, diretor da Universidade do Novo México, o debate é de fundamental importância. “É preciso discutir como resguardar o conhecimento tradicional dos indígenas, os resíduos sólidos e os recursos hídricos, já que a economia verde não é só uma questão nacional, mas global”, destacou Gouvêa.
Essa é a 6ª edição da Lige em Manaus, com foco em sustentabilidade. Esse ano, a Conferência abordou além da economia verde e o desenvolvimento sustentável, assuntos como responsabilidade social e ambiental coorporativa, compras governamentais verdes e seus aspectos legais, regulamentação ambiental, leis relativas a mudanças climáticas, biossegurança, proteção jurídica do conhecimento tradicional, criação e implantação de impostos verdes, dentre outros.
Palestras
Dentre os palestrantes estava o economista-chefe para Operações e Política no Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial da Ásia Oriental e Região do Pacífico, Dan Biller, que falou sobre as dimensões legais da economia verde e a criação de mercados para a biodiversidade. “A ideia da economia verde é usar de maneira sustentável os mercados ainda não explorados e investir nesses novos meios, para que assim se obtenha produtos de maior qualidade, para com isso ganhar competitividade”, explicou Biller.
Para o doutor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), José Machado, que proferiu a palestra ‘Considerações para sistematizar instrumentos e operacionalizar política de serviços ambientais para Amazônia’, é importante preservar o carbono da floresta criando mecanismos para sua comercialização. “O Estado precisa induzir o uso do desenvolvimento sustentável, mas, para isso, é preciso que se tenha uma demanda com mecanismos capazes de validar esse mercado”, explicou Machado.
Resultados
A expectativa é que, a partir da Lige 2011, sejam levantados questionamentos na região sobre a promoção da economia verde. “Queremos mandar a mensagem de que é preciso interatividade para desenvolver a economia verde, que deve ser uma fonte de atividade econômica adicional para o Brasil. O planeta tem que ficar mais verde, não tem como fugir disso”, esclareceu Gouvêa.
Em 2012, o evento será realizado no Rio de Janeiro, com o tema Rio+20 e vai abordar assuntos relacionados à economia verde.
Fonte: Agência Fapeam, por Valdir Torres (redação) e Ulysses Varela (edição)