Marcel Siqueira, da Abric

CIÊNCIAEMPAUTA, POR MARLÚCIA SEIXAS

Marcel Siqueira  é técnico em Telecomunicações pela Fundação Nokia e estudante de Engenharia da Universidade do Estado do Amazonas. Foto: Arquivo Pessoal

Estimular o jovem à ciência é um desafio não só da escola e de educadores. Apesar das oportunidades e da adoção de políticas públicas que incentivam o desenvolvimento de pesquisas, ainda é notável a rejeição dos estudantes do ensino fundamental e médio por pesquisas ou por carreiras ligadas às áreas de química, física e biologia.

Eventos são criados para motivar os estudantes. Assim, acontecem a 1ª Feira Competitiva & Temática do Brasil e Feira de Ciências da Amazônia (FCA), que são organizadas pela Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e parcerias do Programa Ciência na Escola (PCE) e Humanitary Fountation.

Para falar sobre a exposição e competição, o CIÊNCIAemPAUTA conversou com Marcel Siqueira, 19 anos, líder dos Coordenadores Regionais da Abric.

CIÊNCIAemPAUTA – O que diferencia a Feira de Ciências da Amazônia das demais feiras de ciências?

Marcel Siqueira – Hoje, existem dezenas de feiras de ciências para estudantes pré-universitários em todas as regiões do País. Esses eventos contemplam as mais diversas áreas e linhas de pesquisas. A intenção da Feira de Ciências da Amazônia é estimular os jovens cientistas da nossa região a buscarem soluções para problemas da nossa comunidade.

Nosso objetivo institucional  é mostrar para os estudantes que temos o privilégio de viver em uma região bastante rica, no que diz respeito às questões ambientais, o que nos dá o dever de pesquisar mais sobre o assunto, e criar soluções para os problemas que encontramos. Soluções que, ao impactar o lugar onde vivemos, acabam impactando diretamente as nossas vidas e da comunidade.

CIÊNCIAemPAUTA – Por que uma feira competitiva?

MS – Exposições científicas têm o seu valor, mas para colocarmos o Estado do Amazonas no circuito das feiras de ciências do País e do mundo, é de extrema importância que o evento local tenha esse caráter competitivo. Da mesma forma, estudantes que já desenvolviam seus trabalhos internamente nas escolas terão a chance de serem reconhecidos, o que vai incentivá-los a dar continuidade a seus projetos.

CIÊNCIAemPAUTA – Quais são as expectativas da Abric em relação à 1ª Feira Competitiva & Temática do Brasil e à Feira de Ciências da Amazônia (FCA)?

 MS – A Abric já trabalha em boa parte do Brasil desde o início de 2012. Começamos premiando projetos em grandes feiras como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia ( Febrace), Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit), entre outras.

Nosso objetivo, enquanto coordenadores da Abric, é promover a ciência nas escolas. Assim, sabíamos que promover uma Feira de Ciências seria um desafio enorme, mas acreditamos na importância do evento, e com o apoio das instituições certas, conseguimos oportunizar a exposição e competição para os estudantes amazonenses.

Os 50 projetos a serem apresentados na FCA são provenientes de escolas municipais, estaduais, federais, fundações e particulares do Amazonas. Com isso teremos um grande material científico, e uma interação maior com estudantes de todo o Estado, reunidos em objetivo comum: a Ciência.

CIÊNCIAemPAUTA – Como será a avaliação dos projetos inscritos e como se dará a premiação?

MS – Os avaliadores são professores universitários e profissionais. A avaliação dos trabalhos e acontece simultaneamente às demais atividades do evento.

Todos os projetos serão analisados com base nos mesmos critérios que vão desde a inovação da pesquisa, até a escolha correta da metodologia científica, e a desenvoltura dos estudantes na apresentação.

CIÊNCIAemPAUTA – A Abric tem o compromisso de transformar estudantes em pesquisadores. De que forma isso está sendo feito no Amazonas?

MS – Em junho do ano passado, a Abric promoveu em alguns Estados, incluindo o Amazonas, o Fórum Regional de Debates para Estudantes do Ensino Médio, com a temática da RIO +20. O evento mostrou a qualidade científica de estudantes daqui, o que também nos influenciou a pensar na Feira de Ciências da Amazônia.

Nosso programa de palestras e workshops é promovido gratuitamente para escolas que demonstram interesse no assunto. O trabalho de incentivo à iniciação científica aqui no Estado é feito por mim e por uma coordenadora regional da Associação.

CIÊNCIAemPAUTA – Quais ações estão previstas para 2014 e que já devem ser pensadas pelos jovens que se interessem por Ciência?

MS – Aqui no Amazonas, temos a clara intenção de promover a II Feira de Ciências da Amazônia em Novembro de 2014, para que ainda mais escolas e estudantes possam se engajar no mundo científico.

Além disso, os estudantes que tiverem a intenção e estiverem inscritos em feiras de ciências fora do Estado, como a Febrace, serão convidados a participar de um workshop preparatório, com dicas de documentação científica e apresentação.

A diretoria e os coordenadores regionais estão trabalhando juntos também em materiais completos para cursos de iniciação científica, que poderão ser aplicados em todo o País.

Marcel Siqueira  é técnico em Telecomunicações pela Fundação Nokia e estudante de Engenharia da Universidade do Estado do Amazonas. Participou da Febrace em 2011 e 2012 como finalista e, em 2013, como coorientador. Participou da Fenecit, SBPC Jovem, Mostratec  e da Intel ISEF – International Science and Engineering Fair. Atua voluntariamente  na Abric.

CiênciaEmPauta, por Marlúcia Seixas