Márcia Perales, reitora da Ufam
CIÊNCIAemPAUTA, por Laize Minelli
Márcia Perales Mendes da Silva é reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e membro da Academia Amazonense de Letras (AAL). Doutora em Serviço Social e primeira mulher à frente da reitoria em 100 anos de Ufam, Perales, aos 48 anos, foi reconduzida ao cargo pela segunda vez no final do primeiro semestre, com mais de 60% dos votos.
Entre os prêmios que já recebeu estão o de “Mulher de Destaque” na sociedade manauara, “personalidade amazônica” e “menção honrosa” por suas atividades na área de Ciências Sociais Aplicadas. Em entrevista ao Portal CIÊNCIAemPAUTA, Perales contou suas motivações e desafios à frente da Ufam.
CIÊNCIAemPAUTA: Quanto aos programas interinstitucionais que a Ufam mantêm com outras universidades e agora com a USP, eles deverão ser ampliados para mais áreas?
Márcia Perales: Temos parcerias nos cursos de administração, economia, saúde, engenharia ambiental. Temos vários cursos de mestrado e doutorado interinstitucionnais e, para nós, essas parcerias são muito importantes, porque são solidárias. Nós conseguimos formar profissionais qualificados, visando implantar o nosso próprio doutorado. Essa é ideia.
CIÊNCIAemPAUTA: Como é cuidar de uma universidade numa área tão visada como a região amazônica? A responsabilidade é diferente?
M.P: Não sei se é uma responsabilidade diferente, mas é uma responsabilidade muito grande e, ao mesmo tempo, um imenso orgulho. Você precisa ter claro quais são os princípios e metas a serem alcançadas. Defender com “unhas e dentes” que a universidade busque a excelência acadêmica como compromisso social. Isso é necessário porque queremos ser de ponta. Isso não quer dizer que você vá assumir as prerrogativas constitucionais do Estado ou do Município. Não é nada disso. A missão da Ufam é contribuir não só para a formação técnica de pessoas, de pesquisadores e novos recursos humanos, mas também colaborar na formação de cidadãos. Portanto, é um desafio imenso porque cada passo, avanço e conquistas significam muito para a Ufam, para a Amazônia. Nós vivemos intensamente os problemas e buscamos os caminhos para solucioná-los.
CIÊNCIAemPAUTA: Quais os desafios desse novo mandato?
M.P.: Em relação à graduação e à pós-graduação temos dois desafios: o primeiro é reduzir o índice de retenção. Nosso objetivo é zerar essa estatística. Nós temos vários projetos em andamento, alguns sendo executados há dois anos e a gente já tem condição de avaliar. Outro desafio é a fixação de doutores.
Na área da pós-graduação, temos hoje 50 cursos de pós que têm conceitos que precisam ser melhorados. Implementamos o PAC-PG que é o Programa de Apoio à Consolidação e Aprimoramento da Pós e colocamos, claramente, que a meta é a excelência. Daqui a três anos, nós teremos não menos que 50% dos cursos com conceito em outro degrau, migrando para o conceito subsequente. Essa é a meta.
CIÊNCIAemPAUTA: Como surgiu o desejo para buscar a reitoria?
M.P.: Esse não é projeto que foi definido previamente. Eu sempre fui muito preocupada, ativa e exigente. Tive que me afastar um pouquinho da sala de aula, dos grupos de pesquisa, pois não adianta eu querer tudo e não fazer nada direito. Tudo foi surgindo naturalmente. Primeiro na pró-reitoria de extensão e depois a reitoria. Quando acabaram os primeiros quatro anos, decidi voltar para o meu grupo de pesquisa, mas, às vezes, você não consegue determinar o rumo da vida quando está envolvido com a coletividade. Submeti-me, mais uma vez , à eleição e graças a Deus deu tudo certo, pois o que estava em discussão não eram as propostas somente, eram os 4 anos que, por sinal, foram muito bem avaliados. Isso dá força pra continuar tocando.
CIÊNCIAemPAUTA, por Laize Minelli