É preciso criar carreira para profissionais dos NITs, avalia diretor do Fortec

Segundo Gesil Sampaio, é fundamental criar carreiras adequadas no MEC e dotar os NITs de um contingente mínimo de pessoal fixo. Foto: Ascom/Laise Galvão

Falta uma aproximação maior do Ministério da Educação (MEC) nos debates para resolver o impasse na criação de carreiras para profissionais que atuam nos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). A avaliação é do diretor-técnico do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Gesil Sampaio.

De acordo com Sampaio, é determinante a contratação de funcionários de carreira, pois, atualmente, os núcleos são estruturados com bolsistas que permanecem por tempo determinado. Na maioria das vezes, eles saem assim que estão totalmente treinados. Até o momento, não há nenhuma discussão nesse sentido entre o Governo Federal, Fortec e representantes dos NITs.

“O Ministério da Educação tem que ser trazido para mais próximo das instituições, porque há uma necessidade urgente de profissionalização. O que poderia ajudar muito seria um posicionamento específico do MEC, no sentido de criar carreiras e adaptar as universidades federais com um mínimo de pessoal [fixo]. Deve-se direcionar aos setores importantes e estratégicos o pessoal que ele necessita para funcionar”, apontou Sampaio.

Atualmente, trabalham nos núcleos bolsistas que ficam no máximo por 36 meses. A rotatividade é grande e as bolsas muitas vezes não são atrativas. “Ou seja, as pessoas que estão lá precisam ser substituídas toda hora. Isso não gera profissionalização. Boa parte das instituições não tem no quadro de carreira pessoas que podem ser aproveitadas, nem autonomia para contratar servidores para os NITs. Todo esse processo resulta que eles chegam até um certo nível de eficiência, mas não passam dele”, explicou o diretor-técnico.

IMPLEMENTAÇÃO

A Lei da Inovação n° 10.973 implementou em 2004 os Núcleos de Inovação Tecnológica. Neste período, essas instituições passaram a desenvolver novas funções, entre elas ser interlocutoras entre universidades e empresas. Elas também são responsáveis por fomentar a criação de spin-offs e startups, fruto de processos inovadores desenvolvidos no meio acadêmico.

“É fundamental criar carreiras adequadas, no MEC e nas secretarias de Educação estaduais, e dotar os NITs de um contingente mínimo de pessoal fixo. O objetivo é treinarem com excelência e realizarem esses trabalhos de prospecção tecnológica de forma eficiente, e pra isso, é preciso profissionalizar. Mas as pessoas ainda não enxergam isso com muita clareza”, concluiu Sampaio.

Fonte: Agência Gestão CT&I