Médicos pedem mudança de nome de doença comum em mulheres

Um painel de pesquisadores independentes, convocados pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, concluiu que é necessário mudar o nome de uma doença comum entre as mulheres.

A doença é hoje chamada de síndrome do ovário policístico.

O problema é que esse nome dá atenção a um critério – os cistos do ovário – que não são nem necessários e nem suficientes para diagnosticar a síndrome.

“O nome síndrome do ovário policístico é uma distração que impede o avanço [da compreensão da doença]. É hora de atribuir um nome que reflita as complexas interações que caracterizam a síndrome. O nome correto vai melhorar o reconhecimento do problema e ajudar a expandir o apoio às pesquisas,” disse o Dr. Robert Rizza, membro do painel.

DIFERENÇA ENTRE OVÁRIO POLICÍSTICO E CISTO NO OVÁRIO

Para se ter uma ideia do problema, basta saber que ovário policístico e cisto no ovário são duas coisas totalmente diferentes.

Cisto no ovário é qualquer formação preenchida por líquido que aparece no ovário, podendo ser hemorrágico (com sangue), folicular (com água) ou ainda ser um cisto de endometriose.

O ovário policístico é uma alteração hormonal no organismo, originado por uma maior produção de hormônios masculinos no corpo da mulher.

A síndrome pode se manifestar com a presença de microcistos no ovário, mas não é esse aspecto que faz o diagnóstico do problema.

O diagnóstico da síndrome do ovário policístico é realizado através da identificação de sintomas clínicos (acne, irregularidade menstrual, aumento de pêlos no corpo etc.), além da alteração da dosagem de hormônios masculinos, o que é visto por meio de exames.

SÍNDROME HORMONAL FEMININA

Não se conhecem as causas da síndrome do ovário policístico – alguns estudos sugerem ligações genéticas, enquanto outros afirmam que os principais fatores são ambientais.

É por isso que os cientistas afirmam ser necessários mais estudos, que sejam amplos o suficiente para lidar com todas as possibilidades, e não apenas com sintomas surgidos no ovário.

Hoje há pelo menos três critérios diferentes que um médico pode seguir para dar um diagnóstico da síndrome para sua paciente, o que também impede que a doença seja vista como um problema bem caracterizado.

E, segundo os especialistas, para que o problema seja abordado de forma ampla, como necessário, a primeira medida a fazer é livrar-se do seu nome incorreto, que nada descreve.

Fonte: Diário da Saúde