Mestrando em Química ganha prêmio na 34ª Reunião Anual da SBQ
O mestrando do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e participante do Programa de Apoio à Participação de Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape), vinculado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Felipe Moura Araújo da Silva, foi um dos 4.420 inscritos na 34ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e teve o seu trabalho premiado no evento.
A pesquisa intitulada ‘Desreplicação de alcaloides aporfínicos de Unonopsis guatterioides por meio de aplicação de chaves de fragmentação’ foi apresentada pelo mestrando e participante da lista dos premiados na categoria de química de produtos naturais. O trabalho foi divulgado no boletim eletrônico da Secretaria Geral da Sociedade de Química do Brasil (SBQ), no dia 6 de junho, e destacou-se pelo conteúdo, apresentação oral e científica.
A pesquisa quis desenvolver uma forma rápida de identificação (desreplicação) dos principais alcaloides aporfínicos de Unonopsis guatterioides, que foi realizada através da infusão direta da amostra em um sistema do tipo ESI-IT (eletronspray-Íon trap) e a partir do monitoramento do padrão de fragmentação dessas substâncias.
A presente técnica tem como principal vantagem em relação a outros métodos, a possibilidade de identificação rápida de alcaloides do tipo aporfínico em misturas complexas sem a necessidade de recorrer a técnicas acopladas e a bancos de dados onerosos da web.
Relevância do prêmio
“Se considerarmos que a 34ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) foi a maior reunião da comunidade química brasileira em toda a história, e também, o principal ponto de encontro dos químicos para a comemoração do Ano Internacional da Química-2011 no Brasil, receber o prêmio de primeiro lugar na divisão mais concorrida confirma a qualidade das pesquisas do Amazonas, mais uma vez, teve destaque em um evento nacional”, afirmou o ganhador do prêmio.
Para que essa conquista fosse possível, o trabalho também teve a participação da doutora Maria Lúcia Belém Pinheiro e do doutor Afonso Duarte Leão de Souza, orientadores da pesquisa, além da colaboração dos doutorandos Hector Henrique Ferreira Koolen, Richardson Alves de Almeida e Danielle Cardoso de Alencar.
Apoio da FAPEAM
O recebimento da conquista do prêmio confirma a qualidade das pesquisas feitas no Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da Ufam. O programa tem se beneficiado de projetos institucionais como os da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que apoiou o mestrando no financiamento da compra dos equipamentos utilizados durante o trabalho, e também com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, que financiou as passagens áreas do participante por meio do programa de apoio à participação de pesquisadores em eventos.
“Sem dúvida todos os órgãos de fomento são de fundamental importância para o desenvolvimento da pesquisa. A concessão das passagens aéreas por meio do Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos foi essencial para que o trabalho atingisse a posição atual”, finalizou Silva.
34ª Reunião da SBQ
A 34ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) foi realizada em maio, no Centro de Convenções do Costão do Santinho Resort, ao norte da ilha de Santa Catarina. O tema desse ano foi: ‘Química para um mundo melhor’ e foi promovido em comemoração ao Ano Internacional da Química. A Reunião teve uma programação científica rica e diversificada, tendo como público-alvo estudantes de graduação e de pós-graduação. A reunião foi composta por workshops, minicursos, conferências, simpósios, sessões temáticas, além de lançamentos de livros, homenagens e atividades sociais.
Sobre o Pape
O Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape) foi criado pela FAPEAM para apoiar, com passagens aéreas, pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação, que necessitam apresentar trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.
“No Amazonas temos algumas famílias botânicas ricas na classe de alcaloides estudadas, nesse caso, a aplicação da técnica apresentada no trabalho auxilia no isolamento dos alcaloides ainda não identificados, bem como na caracterização dos já conhecidos (desreplicação), poupando trabalho, tempo e solvente”, explicou Silva.
Os substituintes do esqueleto aporfínico foram caracterizados segundo a regularidade da fragmentação observada, tendo o padrão sido analisado para cada grupo específico de substituintes denominado de chave de fragmentação. Então, a partir da aplicação das chaves de fragmentação pôde-se esclarecer o real conteúdo alcaloídico das cascas, galhos e folhas de Unonopsis guatterioides, espécie que já havia sido estudada, porém, com dados sobre o conteúdo alcaloídico incompletos.
Fonte: FAPEAM, por Nefa Costa