A força para o nado dos golfinhos não depende de ‘truque’ da natureza
Teorias de longa data davam conta de que a velocidade do nado de um golfinho – que em condições normais consegue ultrapassar um navio em velocidade de cruzeiro em até sete segundos não se baseava apenas em seu poder de propulsão entre as ondas – que é de aproximadamente 20 nós (10,3 m/s). Muito já se falou na possibilidade de um “truque” de mecânica de fluídos, que permitiria aos animais sustentar a boa performance. No entanto, um novo estudo acada de fazer essa ideia naufragar.
Realizado pela Universidade West Chester, nos Estados Unidos, o trabalho – que foi liderado pelo cientista Frank Fish – usou alguns modelos hidrodinâmicos que apontaram a força do animal. Eles avaliaram o movimento do animal e constataram que eles são capazes de produzir sozinhos toda aquela propulsão de movimento.
Para por fim à teoria do “truque”, o trabalho mediu diretamente a força exercida pelo animal na água e avaliou os redemoinhos provocados por pelas forças exercidas.
Os testes foram realizados em um tanque de mergulho com ar comprimido e uma mangueira giratória de jardim para provocar as bolhas microscópicas que formaram uma espécie de cortina também usada nos cálculos. Filmando os animais à medida que eles nadavam por meio da cortina, a equipe de cientistas pode ver claramente os vórtices deixados pelos golfinhos demarcando o poder dos jatos de propulsão deixados para trás quando os animais avançavam.
Quando calcularam a quantidade de energia produzida pelos animais quando eles nadavam calmamente – a uma velocidade de 3,4 m/s -, eles chegaram a um resultado de impressionantes 549W – aproximadamente 1,4 vezes o poder que um ciclista amador pode sustentar em uma hora em área plana. Quando aceleravam, chegavam a 5.400 W.
O grupo chegou a conclusão de que os golfinhos têm músculos suficientes para dar força a uma impressionante performance de nado apenas porque eles são bem mais fortes do que nós humanos.
Fonte: O Globo