Mosquitos contaminados pela malária sentem mais atração por odor humano

Uma pesquisa liderada pela cientista holandesa Renate Smallegange mostrou que os mosquitos infectados pelo parasita da malária Plasmodium faciliparum – responsável pela forma mais grave da enfermidade – são mais atraídos pelo odor humano que mosquitos não infectados.

O próximo passo será descobrir quais são exatamente os componentes odoríficos que atraem o inseto. Na prática, a pesquisadora sugere que esses “ingredientes” poderiam ser usados para atrair os mosquitos contaminados para armadilhas. “Assim poderemos capturá-los antes que pudessem picar os seres humanos e transmitir a malária”, explica.

Pesquisas anteriores já haviam identificado alterações no comportamento de mosquitos hospedeiros quando contaminados. Um trabalho feito por cientistas brasileiros em 2000 revelou pistas nesse sentido. Na época, eles descobriram que os mosquitos portadores do parasita atacavam com mais incidência mulheres grávidas que não grávidas. As mudanças hormonais e fisiológicas foram apontadas como alguns dos prováveis fatores.

O pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sugere ainda outra possibilidade para combater a malária: a manipulação genética do mosquito a fim de impedir o reconhecimento de determinadas substâncias odoríferas. “Isso faria com que o mosquito tivesse dificuldade em conseguir localizar as pessoas”, teoriza.

Outra alternativa seria a produção de moléculas que funcionariam como repelente exalado naturalmente, também como forma de evitar que o mosquito encontrasse facilmente os humanos. “Trabalhar com alterações genéticas é uma tendência nessa área”, complementa.

Fonte: Deutsche Welle