Museu da Amazônia desvenda curiosidades sobre a floresta

CIÊNCIAEMPAUTA, POR CLEIDIMAR PEDROSO

Peixes que respiram fora da água e armadilhas de pesca de até oito metros de comprimento são algumas das curiosidades que você pode conhecer de dentro da floresta e sem sair de Manaus. Basta fazer uma visita ao Museu da Amazônia (Musa) localizado na Reserva Adolfo Ducke, também conhecido como Jardim Botânico, bairro Cidade de Deus, zona norte.

São cinco trilhas, 15 monitores e duas exposições para os visitantes conhecerem sobre a importância da floresta, explicou o biólogo Rodrigo Freire, assessor técnico do museu. As visitas são abertas ao público em geral e ocorrem de terça-feira a domingo, entre 9h e 11h30 e entre 13h30 e 16h30. A entrada é gratuita.

“Quem visita o Musa aprende sobre a importância da biodiversidade local, ciclagem de nutrientes, micro-clima. São conhecimentos que a sociedade moderna não tem. Hoje, a sociedade não faz ideia da importância da floresta”, destacou Freire.

Gestores e professores de escolas, públicas ou particulares, interessados em levar seus alunos ao Musa, podem ligar para o telefone (92) 3236-5326 e agendar a vista.

EXPOSIÇÕES

As crendices dos indígenas sobre o pescado estão na exposição. Na foto, painel sobre Mito de Kamaueni.

As crendices dos indígenas sobre o pescado estão na exposição. Na foto, painel sobre Mito de Kamaueni.

Uma das exposições é chamada de ‘Peixe e Gente’ e mostra a relação dos indígenas do Alto Rio Negro, do município de São Gabriel da Cachoeira, com o pescado.

“O peixe é a principal fonte de proteína na alimentação desses indígenas. Mas não há uma mera relação de caça entre o indígena e o peixe. A pesca para os indígenas é cercada de mitologia e crendices. São várias lendas vinculadas à formação dos peixes e dos rios”, explicou.

Ilustrações feitas pelos indígenas e exemplares das armadilhas que eles usam para pescar estão na exposição. A menor delas tem 30 centímetros de comprimento, mas também há armadilhas com até oito metros. Fotos, vídeos e documentários completam a amostra.

A outra exposição é chamada de ‘Sapos, Peixes e Musgos’ e mostra como esses seres transitam entre o ambiente aquático e terrestre. “O sapo, por exemplo, é um anfíbio que vive na terra, mas para se reproduzir precisa da água. Há ainda os peixes pulmonados que nadam até a superfície e respiram o ar fora da água. Esses peixes não tem pulmão, mas um estômago que faz a função do pulmão. A exposição mostra como esses animais vivem entre um ambiente e outro,” disse.

Além dos peixes e anfíbios, há os musgos, plantas do grupo de briófitas que não tem caule, mas que precisam de água para sobreviver. Por essa razão, elas são encontradas principalmente em áreas úmidas e alagadas.  A explicação de tudo isso ocorre por meio de aquários, fotos e da observação de dentro da floresta.

As exposições estão à disposição dos visitantes logo na entrada do Musa e também em duas tendas no meio da mata. O acesso às tendas ocorre pelas trilhas.

O MUSEU

O Musa está localizado no Jardim Botânico de Manaus, bairro Cidade de Deus, zona norte.

O Musa está localizado no Jardim Botânico de Manaus, bairro Cidade de Deus, zona norte.

O Musa foi instituído em 2008 e aberto ao público em 2009. Está localizado no Jardim Botânico de Manaus, bairro Cidade de Deus, zona Norte. É uma instituição privada de interesse público, fundado pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan).

As atividades do museu são realizadas com apoio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA),  da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O Musa conta com financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

“O Musa surgiu para ser um espaço de fornecimento de turismo e recreação para amazonenses e turistas do Brasil de outros países”, concluiu Freire.

 

CIÊNCIAemPAUTA, por Cleidimar Pedroso