No futuro, todos se parecerão com brasileiros

19/09/2012 – Na história dos relacionamentos humanos, a regra sempre foi que populações locais ou vivendo próximos casassem entre si e gerassem descendentes. Isso propiciou populações com traços muito parecidos entre si, que foram identificadas como grupos étnicos específicos.

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De acordo com Stephen Stearns, professor de ecologia e biologia evolucionária em Yale, antes da invenção da bicicleta, a distância média, na Inglaterra, entre o local de nascimento de um homem e uma mulher que formavam um casal era cerca de 1.6 km.

Durante a segunda metade do século 19, bicicletas aumentaram para 48 km a distância média entre os locais de nascimento de membros de um casal. Padrões semelhantes foram verificados em outros países europeus. Desde que surgiram outras formas de se locomover com certa rapidez por grandes distâncias, no entanto, os horizontes do amor só aumentaram.

Stearns diz que globalização, imigração, difusão cultural e as facilidades modernas para viajar gradualmente homogeneizaram a população humana. Como traços recessivos dependem de duas cópias do mesmo gene para serem expressos, tais traços aparecerão mais raramente e traços dominantes serão a norma.

Tudo isso, claro, são hipóteses. É difícil afirmar se a miscigenação irá continuar e em qual ritmo. Barreiras culturais, xenofobismo e baixa taxa de migração podem frear esse processo.

Além disso, não é simples predizer como uma mistura de genes afeta a aparência física, mas segundo o biólogo John McDonald, a tendência é que os traços das pessoas sejam mais parecidos. A cor da pele e do cabelo médios do americano deverá escurecer levemente, e haverá menos pessoas com os cabelos e peles muito brancas ou muito negras.

A mistura genética em ação nos Estados Unidos está também ocorrendo em outras partes do mundo. E uma população forjada a partir da mistura de africanos, nativos americanos e europeus aparece como um arquétipo para o futuro da humanidade. Segundo Stearns, em alguns séculos todos estarão se parecendo com brasileiros.

Fonte: Folha.com