Nova tecnologia para detectar Alzheimer premiada em festival
Um novo exame capaz de diagnosticar o Mal de Alzheimer muito antes do aparecimento de seus sintomas ganhou o prêmio de inovação em saúde no festival anual South by Southwest (SXSW), realizado em Austin, Texas (sul dos Estados Unidos).
O teste, chamado de Neurotrack, foi premiado na categoria de tecnologias de saúde no concurso SXSW Accelerator, no encerramento do segmento de ciências interativas do festival. “O Neurotrack pode detectar o Alzheimer por meio de um exame computadorizado de movimento ocular seis anos antes do aparecimento dos sintomas”, disse o presidente da companhia com sede em Richmond, Virgínia (leste), Elli Kaplan.
Esta tecnologia estará disponível inicialmente para laboratórios farmacêuticos, médicos e hospitais. Eventualmente, a Kaplan pretende desenvolvê-la em aplicativos para smartphones e tablets. O teste, desenvolvido em colaboração com a Universidade de Emory, em Atlanta, e por uma equipe de neurocientistas, está disponível em duas versões diferentes: uma que funciona com uma câmera de infravermelhos e outra com um simples mouse de computador.
No teste, o indivíduo estudado deve comparar imagens – algumas novas e outras já conhecidas – que aparecem brevemente em uma tela. “Todos os seres humanos têm uma preferência instintiva pela novidade, e este é um dos elementos que examinamos”, acrescentou.
O hipocampo também é o primeiro a ser afetado pelo Mal de Alzheimer, que acredita-se que atinja cerca de 5,1 milhões de pessoas nos Estados Unidos. O projeto, lançado há 20 anos, foi testado em um amplo estudo da Universidade Emory medindo a evolução dos participantes – alguns dos quais desenvolveram a doença – durante um longo período, disse Kaplan.
O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, uma agência do governo dos Estados Unidos. A intenção dos criadores do Neurotrack é comercializar uma versão para médicos que custaria entre 300 e 1.000 dólares.
“Não estamos muito longe de uma tecnologia que funcione no telefone (celular) ou no tablet do paciente, e que teriam seus resultados seriam enviados diretamente a um médico”, completou.
Fonte: Agence France-Presse