Fapeam apresenta balanço de atividades na ALE e indica que número de doutores triplicou no Amazonas
“Os doutores são a mola propulsora para a área de Ciência, Tecnologia e Informação”. A afirmação é da diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olívia de Albuquerque. No balanço apresentado na manhã desta quarta-feira (19), a diretora-presidente informou que desde a criação do órgão houve o cresimento de 364,52% na formação de doutores no Estado.
O balanço das atividades aconteceu no Plenário Ruy Araújo, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por iniciativa do deputado estadual, Adjuto Afonso (PP).
Para o deputado, a Fapeam presta um grande serviço ao Estado, oferecendo bolsas de estudo para especialização e formação dos estudantes. “É importante que possamos destacar e mostrar para a sociedade o que já teve de participação e o que a Casa ainda pode ajudar na formação de doutores e mestres para o Estado”, enfatiza.
A diretora-presidente afirma que a Fundação trabalha com cinco pilares para que as áreas de ciência, tecnologia e inovação avance em todo o Estado do Amazonas. Entre os pilares estão: formação de capital humano; apoio à pesquisa, tecnologia e inovação; apoio à estrutura e organização institucional para CT&I.

A diretora-presidente da Fapeam, Maria Olívia Simão, e o secretário de Estado de CT&I do Amazonas, Odenildo Sena (Foto: Portal Amazônia/Jacqueline Nascimento)
Porém, Albuquerque salienta que dois eixos principais norteiam a fundação, são eles: a educação base e a troca de informações entre as instituições e a sociedade. “Informar as pesquisas que estão em desenvolvimento no Estado é um dos fatores para a popularização da ciência”, enfatiza.
MUDANÇA QUALITATIVA
Segundo a diretora-presidente, a mudança na formação em pesquisas e doutores no Amazonas, além de quantitativa também se baseou na qualidade. “Em 2002, só tínhamos 14 doutores no ranking do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Hoje, temos 154 doutores, porém eles têm demonstrando a capacidade de produtividade, publicações de pesquisas e patentes”, avaliou.
Para a diretora-presidente, o doutor que está instalado no Amazonas tem a mesma chance de competitividade ao fomento que o de São Paulo. “Quando ele acessa o insumo local, acesso aos editais, ele pode potencializar para concorrer aos editais nacionais. Quando ofertamos bolsas pós-graduação, mestrado, doutorado estamos capacitando a massa crítica”, lembra.
Isso traz uma mudança de cenário para as áreas de CT&I no Estado. Na avaliação da diretora-presidente, a implantação do Sistema Público de Ciência e Tecnologia foi o fator principal para que as curvas apresentaram crescimento. “O que mudou é que hoje temos um sistema estadual de ciência e tecnologia articulado, porém é preciso dar continuidade”.
FORMAÇAO DE EDUCAÇÃO BÁSICA
A diretora-presidente lembra ainda de dois programas que estão incentivando as crianças e os adolescentes a gostarem e aprenderem mais sobre ciência e tecnologia. O Programa Ciência na Escola e o Pró-Engenharias, implantados em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino Amazonas (Seduc), já demonstram retorno.
“Já são mais de cinco mil pessoas atendidas no Programa Ciência na Escola. É um programa inédito no país, pois precisamos incentivar o aluno em formação a gostar de fazer ciência”, explicou Maria Olívia.
Olívia avalia que não é fácil mudar o quadro de formação de engenheiros no país, porém é preciso trabalho para que o Estado alcance o ranking desejado. É com este sentido que o Programa Pró-Engenharia está já em fase de análise nas escolas do Amazonas.
“É preciso trabalhar em conjunto para que possamos desmistificar que a matemática é difícil. Em seis meses, os indicadores já são bastante positivos”, observa.
FORMAÇÃO EM NÚMEROS
Segundo ela, a previsão é que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas tenha um orçamento de R$ 98,5 milhões para serem investidos no desenvolvimento de suas atividades, entre elas, na formação de novos especialistas, bem como projetos de iniciação científica.
Em 2000, eram apenas 95 grupos de pesquisa no Amazonas. Já em 2010, o número subiu para 428. A taxa de crescimento é de 351% neste período.
O número de Programas de Pós-Graduação no Amazonas cresceu 360% no período. No ano 2000, eram apenas dez programas, e em 2010 esse número subiu para 46.
DESAFIOS
O principal desafio para o crescimento do setor na região é incentivar ainda mais a formação no interior do Estado. ”É preciso que as instituições Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Ifam (Instituto Federal do Amazonas) e UEA (Universidade do Estado do Amazonas) atuem ainda mais na capacitação dos estudantes no interior do Amazonas para que possamos formar mestres e doutores. Isso descentraliza a formação da capital”, explica.
Fonte: Portal Amazônia