Odenildo Sena, secretário da SECTI-AM

As ações voltadas para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação demandam perspectivas de trabalho em longo prazo. Diante dessa realidade, o Amazonas, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) está construindo um Plano de CT&I para o Desenvolvimento do Estado, o PCTI/Amazonas.

O secretário de CT&I Odenildo Sena avalia que, ao se trabalhar com perspectivas curtas no campo da ciência, a tendência é a descontinuidade de ações, o que prejudica também trabalhos de pesquisas que necessitam de períodos maiores para conclusão.

O PCTI/Amazonas está sendo construído à luz do Plano de CT&I para o Desenvolvimento da Amazônia Legal (PCTI/Amazônia), respeitando as vocações  do Estado, os investimentos e resultados já alcançados, e levando em consideração as projeções  para os próximos 20 anos.

CIÊNCIAemPAUTA: O que o PCTI/Amazonas representa para o Estado? 

Odenildo Sena: A exemplo do PCTI/Amazônia, o PCTI/AM representa uma ação inovadora para a região, uma vez que é uma tentativa de propormos um plano de ação na área de CT&I do Amazonas, que possa se transformar num compromisso político e que vá além dos mandatos de governadores. O PCTI/AM precisa ser um compromisso do Estado para que ele não seja restrito a um espaço de apenas 4 anos. A perspectiva de 20 anos proporciona um avanço muito maior do que se vem proporcionando nesses últimos 10 anos 

CIÊNCIAemPAUTA: Como o PCTI/Amazonas está sendo elaborado? 

OS: O PCTI/AM ainda não está pronto e vai passar por uma série de instâncias, como por exemplo a apresentação que ocorreu no Fórum de Gestores, de tal modo que isso possibilite ouvirmos o maior número possível de atores envolvidos na área de CT&I do Estado, como pesquisadores, gestores, empresários, enfim, todo o universo de pessoas que lidam com a área no Amazonas. Depois disso, o texto do documento deverá ser sacramentado pelo Conselho Estadual de C&T ainda no primeiro semestre deste ano.

CIÊNCIAemPAUTA: Qual a principal característica desse Plano? 

OS: Uma característica desse Plano é a perspectiva de ações para os próximos 20 anos. Ele também contempla a criação de um parque tecnológico forte no Amazonas, o fortalecimento das incubadoras, e o aumento considerável do número de doutores pesquisadores no Estado.

CIÊNCIAemPAUTA: Quando o PCTI/AM será posto em prática?

OS: A partir do momento de sua aprovação pelo Conselho Estadual de C&T ele terá um percurso político a seguir. Nessa etapa será preciso convencer os agentes políticos do Estado,  ou seja,  governador, prefeitos e parlamentares, sensibilizando-os para que abracem a causa. Outro percurso é o de lançamento, de socialização, onde o desafio é fazer com que a sociedade entenda o que esse Plano representa.

CIÊNCIAemPAUTA: Qual será o desafio do Estado para implementar o PCTI/AM? 

OS: Paralela à questão política e o universo grande de atores a serem sensibilizados, surge o desafio de se obter financiamentos para as ações do Plano, que são desdobradas através de metas que permitem o aparecimento e a criação de alternativas econômicas sustentáveis para o Estado, alternativas que vão além do Polo Industrial de Manaus (PIM).

CIÊNCIAemPAUTA: O PCTI/AM é um Plano pioneiro no Brasil. Qual será o impacto nacional? 

OS: Ele é pioneiro na forma de construção, quando as ações são propostas pelos atores envolvidos na área, e quando nós somos o primeiro Estado, a partir do PCTI/Amazônia, a elaborar o seu plano. Nós apresentamos o Plano aos colegas de outros Estados e eles ficaram entusiasmados, reconhecendo a necessidade de que cada Estado também tenha o seu Plano à luz do PCTI/Amazônia, como o Acre, Rondônia, Roraima, e os demais.

CIÊNCIAemPAUTA por Mirinéia Nascimento