PARCERIAS – Museu do Amanhã com sotaque francês

Primeira astronauta europeia a visitar, em 2001, a Estação Espacial Internacional, a francesa Claudie Haigneré conta que, lá do alto do espaço, viu como a Terra é fragil. Seu sonho? Ver surgir uma nova geração engajada na defesa do planeta e da ciência. No comando da Universcience – instituição que reúne os dois maiores museus de ciência de Paris -, a astronauta deu ontem um passo na direção do Brasil: assinou com a Fundação Roberto Marinho uma parceria para ajudar a desenvolver o espaço que tem a ambição de fazer as pessoas pensarem o futuro: o Museu do Amanhã, previsto para ser inaugurado na Praça Mauá, em 2014.

– Vi a Terra à distância. Vi um planeta frágil, com recursos limitados. E os únicos responsáveis pela perenidade deste planeta são os seres humanos. Temos uma mensagem: sejamos responsáveis, preocupados e vamos agir por este planeta – disse a astronauta.

Ao firmarem o acordo, ontem, na Cidade das Ciências e da Indústria, em Paris, o presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, e Haigneré tinham o mesmo discurso: numa época marcada pela aceleração das inovações tecnológicas, é preciso colocar o cidadão para participar desta mudança.

José Roberto Marinho defendeu um "museu engajado" e foi mais longe.

– A única solução para o futuro é que as pessoas aprendam a ver a causa e a consequência do que fazem. Hoje temos uma educação totalmente desconectada do que acontece na realidade. Temos que repensar a educação e fazer com que ela seja mais baseada na prática do dia a dia, com poder de decisão para que os governantes não trabalhem sozinhos.

O projeto, segundo ele, é revolucionário: entre 40 e 50 cientistas, arquitetos, neurocientistas, urbanistas e outros profissionais estão refletindo sobre temas do Museu do Amanhã, que vão incluir desde questões climáticas e longevidade do ser humano às novas formas de emprego.

O Museu do Amanhã terá um espaço de exposições temporárias. A Fundação Roberto Marinho está interessada em trazer do museu parisiense a mostra chamada "Habitat" – uma discussão sobre a habitação do futuro. José Roberto Marinho, por outro lado, sonha em levar uma mostra brasileira para os museus de ciência de Paris:

– Vamos trazer uma certa experiência tropical. Por exemplo, toda a parte de energia sustentável, energias vegetais e novas formas de habitação.

Fonte: O Globo