PCE incentiva melhoria da formação de professores

22/06/2012- Incentivar a pesquisa em escolas da rede pública, nos níveis de ensino fundamental e médio, é o grande mérito do Programa Ciência na Escola (PCE), desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e que conta com a parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM).

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Passado um novo ciclo de apresentação de resultados de trabalhos por meio da realização do “Seminário de Avaliação Final do PCE”, ocorrido nos últimos dias 20 e 21, e dando início a um novo estágio do programa mediante o lançamento do mais recente edital, que conta com investimento da ordem de R$ 4,27 milhões, uma das certezas que fica é que, além do estímulo a estudantes a participar ativamente do mundo da pesquisa, o PCE está incentivando os mestres a buscar melhor formação e contribuindo para a melhoria da prática pedagógica.

O professor de Biologia, da Escola Estadual Dom Jacson Damasceno Rodrigues, Isaac Carneiro, que também é coordenador de um projeto que trabalha o manejo florestal em comunidades, descobriu no PCE um despertar para o aprimoramento dos métodos empregados em sala de aula. “O aluno está interessado no que é novo. Os professores costumam dar aulas que não acompanham o avanço dos alunos com as novas tecnologias e acesso à informação que eles têm. O entendimento do aluno mudou e é importante passar o conhecimento sobre educação ambiental da melhor forma”, afirmou. “Há como despertar no aluno, por exemplo, o interesse pela educação ambiental e esse interesse tem maior qualidade quando as aulas são práticas”, completou.

Além disso, o programa de incentivo à pesquisa científica também o alertou para a necessidade de formação continuada. “Estou fazendo pós-graduação em Educação e também tenho interesse em participar de uma especialização em Metodologia”, disse Carneiro, ressaltando que o aperfeiçoamento profissional é essencial para uma melhor atuação no magistério.

O professor ressalta ainda que faz questão de motivar os alunos a buscarem novos caminhos. Segundo ele, o projeto do qual participou, cujo nome é “Importância dos Fragmentos Florestais para a Cidade de Manaus”, reúne um grupo de estudantes que, a partir do contato com a pesquisa, sonha com um futuro promissor na academia.

Outra profissional que contribui para motivar o saber científico entre os alunos é a bacharel em Química Lorena Mota, de 22 anos. Ela atua em um projeto sobre o consumo consciente de água, desenvolvido no laboratório da Faculdade de Tecnologia, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e que conta com alunos Escola Estadual Ângelo Ramazzoti.

Na prática do treinamento dos alunos, ela também sente a necessidade de aprimorar a formação acadêmica. “Pretendo fazer pós e mestrado na área e futuramente ingressar na carreira do magistério. É importante ter esse conhecimento para atuar da melhor forma no apoio aos alunos”, destacou.

Reconhecimento

Com a implantação do PCE nas escolas da rede pública de ensino (estadual e municipal), gestores de Educação reconhecem a tendência de os professores ficarem mais motivados e irem em busca do aprimoramento profissional.

De acordo com a coordenadora do programa pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Sheila Cordeiro, o que se percebe, a partir do programa, é que os professores, além de despertar para a pesquisa científica, buscam cursos de mestrado e doutorado. “A própria autoestima deles têm aumentado porque estão se sentindo valorizados”, destacou.

A coordenadora do PCE pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), Socorro Freitas, ratifica essa tendência e comenta, com entusiasmo, que um bom número de professores, após atuação no projeto, já entraram no mestrado e inclusive, doutorado.

Modelo educacional

Entre as principais contribuições do PCE está o aperfeiçoamento do modelo educacional vivenciado atualmente nas escolas, que possui consequências diversas, com destaque para a melhoria do desempenho dos alunos e o crescente interesse deles pela pesquisa científica. O PCE, na avaliação de Sheila Cordeiro, funciona como um programa de alfabetização científica que prepara os alunos para outros estágios e experiências, antes vividos apenas na academia.

“Uma grande quantidade de alunos que passa pelo PCE tem aprovação em faculdades públicas. O aumento do interesse faz com que os alunos passem a conhecer formas sistemáticas de estudo e melhorem as notas. Além disso, eles ingressam na faculdade sabendo fazer pesquisa e levam todo o conhecimento adquirido por meio do programa para a vida acadêmica”, destacou.

A representante da Semed chega a brincar dizendo que o PCE tornou-se tão importante que alguns alunos participantes do programa já chegaram a pedir até instrumentos de laboratório como presentes de aniversário.

 

O Programa

O Programa Ciência na Escola (PCE) é uma ação de alfabetização científica e tecnológica, destinada a estudantes e professores da Educação Básica do Estado. A ação consiste na produção da Ciência dentro do espaço escolar. O PCE foi criado em 2004 pela Fapeam em parceria com a SECTI-AM e secretarias estaduais e municipais de ensino.

O programa consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob forma de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrantes dos projetos de difusão da Ciência nas escolas públicas do Amazonas. O PCE conta ainda com o apoio da Seduc, Semed capital, Semed Itacoatiara e Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Fonte: Ciência em Pauta/SECTI-AM, por Vanessa Brito