Pesquisa analisa ausência e reposição de fósforo em solos amazônicos

A Amazônia brasileira possui 75% dos solos argilosos, com baixa concentração de ferro, alumínio e fósforo e com elevada acidez. Essa concentração nada favorável de minerais prejudica os pequenos  produtores que acabam recorrendo a medidas sustentáveis para conseguir manter suas plantações.

Com objetivo de identificar e tentar solucionar o problema da falta de fósforo nos solos amazônicos o doutorando em Agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCAV/UNESP), Ederlon Flávio da Veiga Moline, está desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre o fracionamento de fósforo em solos.

O projeto, intitulado ‘Fracionamento de fósforo em solos do Estado do Amazonas’ está sendo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados (RH-DOUTORADO – Fluxo Contínuo).

O pesquisador foi um dos contemplados pelo Edital 005/2012 com resultado publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 2.

AUXÍLIO A PEQUENOS PRODUTORES

Segundo Mesquita Filho, a pesquisa identificará a eficácia do fracionamento de fósforo na fertilização de solos do Amazonas na tentativa de auxiliar na produção agrícola de pequenos produtores.

O pesquisador observou que pequenos e médios produtores dos municípios de Manacapuru, Iranduba, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalham em manchas de terra preta e terra mulata cultivando hortaliças e espécies perenes como laranja e cupuaçu.

A maioria desses produtores relatou que as manchas de terra preta são extremamente férteis e não precisam de adubos, para obtenção de altas produtividades. Entretanto, a prática tem mostrado que as terras apresentam alguns nutrientes limitados o que tem prejudicado o desenvolvimento e a produtividade dos cultivos.

A limitação de nutrientes tem relação direta com os níveis de fósforo, cálcio e outros nutrientes. “Em solos de terra preta com granulometria variando entre pouco argiloso e muito argiloso foram observados maiores teores de fósforo e na forma primária de fósforo combinado com cálcio”, esclareceu o pesquisador.

Na natureza, é comum encontrar o fósforo ligado ao cálcio, ferro e alumínio. Um dos métodos de fracionamento é extraindo o fósforo do solo e separá-lo com a ajuda de resinas. Após a extração, o fósforo é classificado em quatro grupos: fosfato de cálcio, fosfato de alumínio, fosfato de ferro e o fosfato solúvel, que é o redutor extraído após a remoção das três outras formas.

 

IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO

O fósforo é um componente vital para todos os seres vivos, sendo o segundo nutriente mineral mais abundante no corpo humano. Nas plantas, o fósforo é necessário para a fotossíntese, respiração, função celular, transferência de gens e reprodução.

É um dos nutrientes mais importantes para a produção das culturas uma vez que grande parte dos solos naturais não contem fósforo disponível suficiente para proporcionar altas produtividades. Na crosta terrestre, há um total de 0,12% podendo variar de 0,02% a 0,5% em cada solo.

SOBRE O RH DOUTORADO- FLUXO CONTÍNUO

Esse programa consiste em conceder bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela CAPES em outros Estados da Federação.

 

Fonte: Agência Fapeam, por Camila Carvalho