Pesquisa e inovação avançam na Região Metropolitana com a Ponte Rio Negro

26/10/2011 – A inauguração da Ponte Rio Negro, realizada no último dia 24 de outubro, em Manaus, vai além de escoar a produção dos municípios do outro lado do rio, permitir o avanço de pesquisas e projetos de infraestrutura do governo estadual, como a implantação da Cidade Universitária vinculada à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Iranduba e uma Central de Abastecimento, orçada em R$ 5,5 milhões, para atender a feirantes, comerciantes e produtores rurais do município, além de Manacapuru, Novo Airão, Careiro e adjacências.

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Para o diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), professor Jorge Porto, a ponte traz benefícios diversificados também para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), pois já existem projetos em desenvolvimento nos municípios localizados do outro lado do rio.  “Com a ponte haverá a diminuição do tempo de locomoção do pesquisador para os locais de pesquisa, assim como no tempo de execução dos projetos. O futuro campus da UEA em Iranduba certamente será outro fator que facilitará o desenvolvimento científico naquela região”, explicou.

Em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), com a revitalização do porto da cidade, a meta do governo estadual é tornar o município um entreposto de cargas, reunindo produtos de outras cidades amazonenses com destino ao mercado de Manaus. Para fomentar este corredor, o Estado também já conta com um projeto para duplicação da rodovia Manoel Urbano (AM-070), que aguarda liberação de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da ordem de R$ 162 milhões. A estrada liga Iranduba a Manacapuru.

Com a obra, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas também poderá avançar em projetos de piscicultura, produção de hortaliças, atividades agropecuárias e polos cerâmico e turístico, que terão impulso com novos equipamentos logísticos.

Hoje, em Iranduba, a FAPEAM financia os projetos ‘Fontes Alternativas para a Produção de Bioenergia para o Polo Cerâmico-oleiro’ e ‘Sistema de Produção de Lenha para a Região de Iranduba’. O primeiro trabalho consiste em verificar opções energéticas sustentáveis para o polo cerâmico, a partir do cultivo de espécies regionais para a produção de biomassa vegetal. O projeto recebe o financiamento de R$ 164,4 mil por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Pequenas Empresas (Pappe Subvenção) e é executado na Cerâmica Montemar Ltda.

O segundo projeto visa avaliar sistemas de produção tendo como base as espécies florestais Acacia mangium, Acacia auriculiformes, Bambusa vulgaris e Sclerolobium paniculatum para fins energéticos. Os pesquisadores pretendem atender a parte da demanda de lenha do polo cerâmico, além de oferecer outros bens e serviços, de forma constante e sustentável, incorporando-os à economia da região. O projeto conta com apoio do Pappe Subvenção no valor de R$ 118,7 mil e é realizado na Cerâmica Rio Negro Ltda.

A presidenta Dilma Roussef, na ocasião, disse que a ponte será um marco para a preservação da biodiversidade e para a manutenção da Floresta Amazônica. “A obra ajudará na geração de emprego para milhões de amazonenses. Com a extensão dos benefícios para a Região Metropolitana, estaremos ajudando a impedir o desmatamento e preservando a floresta. Será o crescimento econômico aliado ao respeito ao meio ambiente”, destacou.

O governador Omar Aziz lembrou que o sonho de construção da ponte iniciou em 2003. Na época, o então governador Eduardo Braga e Aziz  pensavam o Amazonas de forma diferente, com união e parceria para construir um Estado melhor. Ele destacou que a concretização da ponte, hoje, exigiu ousadia e coragem do senador Eduardo Braga, da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula.

“A obra é importante para Manaus, para o Solimões e Purus. O próximo passo é construir o porto de Manacapuru e tornar Iranduba um polo produtor de telhas de barro”, ressaltou lembrando que a luta agora é desenvolver a Região Metropolitana.

Ponte Rio Negro

Com 3.595 metros de comprimento, é a primeira ponte de grandes dimensões construída sobre um rio em solo amazônico, é também a segunda maior ponte estaiada (com 400 metros de trecho suspenso por cabos) do Brasil em águas fluviais e a terceira no mundo.

A obra teve custo total de R$ 1.099 bilhão. O montante inclui, além dos 3.595 metros da ponte, obras complementares – construção de 7,4 quilômetros de acessos viários do lado de Manaus (1,9 quilômetro) e Iranduba (5,5 quilômetros), implantação do sistema de proteção dos pilares contra choque de embarcações, sistema de sinalização náutica e o sistema de iluminação da ponte – cênica e convencional – e dos acessos.

Do total de recursos aplicados, R$ 586 milhões foram financiados pelo BNDES e R$ 513 milhões pelo Governo do Estado do Amazonas. A obra principal foi executada pela construtora Camargo Corrêa.

Fonte: Agência FAPEAM, por Luís Mansueto