Pesquisa estuda benefícios do óleo de cupuaçu no combate à gordura no sangue
CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel
De sabor e aroma marcantes, o cupuaçu é uma das frutas nativas da região amazônica que vem conquistando novos mercados no Brasil e no exterior. Além da utilização na preparação de sucos, licores, sorvetes e outras sobremesas, as propriedades nutricionais e farmacológicas da fruta têm sido alvo de estudos científicos. Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) indica que o óleo de cupuaçu pode ser um novo aliado para o combate à dislipidemia (gordura no sangue), assim como os azeites.
O estudo “Benefícios da gordura da semente de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) nas dislipidemias de ratos wistar” foi tema da dissertação de mestrado da nutricionista Silmara da Cunha Pimentel, realizada no âmbito do programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da Faculdade de Ciência Farmacêuticas (FCF) da Ufam.
A pesquisadora estudou a dislipidemia, que é um termo técnico para designar o aumento anormal dos níveis de gordura no sangue, principalmente o aumento do colesterol e triglicerídeos, em ratos. Foi realizada uma análise comparativa qualitativa dos óleos de azeite e de cupuaçu.
“Já se sabe que os azeites são benéficos para saúde, pois diminuem os níveis de lipídios no sangue, que são o colesterol total, LDL, HDL, VLDL, triglicerídeos, aumentando o colesterol bom. Pode-se avaliar que os dois óleos possuem componentes químicos muito semelhantes. Porém, no óleo de cupuaçu, os três principais ácidos graxos (oléico, ácido linoleico e o araquídico) estão mais equilibrados, o que acelera o processo de redução do colesterol se comparado ao azeite”, explicou Pimentel.
Os altos níveis de gorduras no sangue podem acarretar problemas ao organismo, aumentando o risco de arteriosclerose e problemas na artéria coronária e na carótida, por consequência, aumentando o risco de infarto do coração e de derrame cerebral.
COMERCIALIZAÇÃO
A nutricionista afirma que outras pesquisas são necessárias para tornar o óleo de cupuaçu um alimento a ser comercializado. “Os níveis de acidez, o cheiro e o estado de solidificação que o óleo se apresenta ao estar em determinada temperatura são algumas adaptações que são necessárias para que o óleo de cupuaçu chegue à mesa do consumidor”, explica.
LEIA MAIS
>> Pesquisa desenvolve chocolate em barra à base de semente de cupuaçu
FINANCIAMENTO
A pesquisa foi desenvolvida com concessão de bolsa de estudo do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e contou ainda com o apoio do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) para a realização das análises comparativas dos dois óleos.
Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel
Edição: Anália Barbosa