Pesquisadoras avaliam como é feita a divulgação da ciência no Amazonas
CIÊNCIAemPAUTA, por CLEIDIMAR PEDROSO E LAIZE MINELLI
Para as pesquisadoras da área de divulgação científica , Aline Neves e Renata Nobre, a implantação do Sistema Público Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) foi fundamental para a popularização da ciência, no Amazonas. Recentemente, Neves e Nobre apresentaram dois estudos em que avaliaram duas importantes ferramentas de divulgação implantadas depois da criação do sistema e concluíram que o acesso às informações em CT&I, cresceu.
O Sistema Público Estadual de CT&I é composto pela (SECTI-AM) e pelas instituições a ela vinculadas: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Centro de Educação Tecnológico do Amazonas (Cetam). Em 2013, completa dez anos.
Neves avaliou as matérias de capa da “Amazonas faz Ciência”, produzida pela Fapeam e Nobre usou a mesma instituição, mas desta vez, o Twitter foi seu objeto de análise. As pesquisas foram realizadas no âmbito do Programa de Pós- graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
“O marco essencial para visibilidade das notícias de CT&I em geral no Estado foi a criação do sistema. Foi o início da preocupação em divulgar o que está sendo feito em pesquisa no Estado”, disse Neves. Nobre destaca que a produção científica sempre existiu, mas que depois da criação do Sistema Público Estadual de CT&I surgiram novos meios para divulgar o trabalho dos cientistas com uma linguagem de fácil entendimento.
“Nos últimos dez anos, com o apoio da Fapeam e da SECTI-AM temos programas que contribuem para a divulgação da ciência como revistas e até cartilhas para crianças. Já existe uma especialização criada com o apoio do sistema na área de divulgação da ciência, que qualificam profissionais de Comunicação para trabalhar essa divulgação”, exemplificou.
PÚBLICO QUE SE INTERESSA POR CT&I TAMBÉM AUMENTOU
![Da esquerda pra direita. Renata Nobre, Aline-Neves, pesquisadoras-da-UEA (Foto: CIENCIAemPAUTA/Cleidimar-Pedroso)](http://temporario.seplancti.am.gov.br/wp-content/uploads/2013/03/Da-esquerda-pra-direita.-Renata-Nobre-Aline-Neves-pesquisadoras-da-UEA_Foto_Cleidimar-Pedroso-3-300x200.jpg)
Da esquerda pra direita. Renata Nobre e Aline Neves, pesquisadoras da UEA (Foto: CIENCIAemPAUTA/Cleidimar Pedroso)
Neves destaca que ao mesmo tempo em que ampliaram os meios para acesso às informações, também cresceu o público que se interessa por notícias de CT&I. A revista “Amazonas faz Ciência”, criada em 2005, com dois exemplares anuais, aumentou suas edições já em 2007, passando a ter publicação trimestral.
“Os textos são claros e objetivos. Além disso, a evolução do produto é claro. Houve um grande avanço na questão textual com mais informações e um aspecto didático, além da questão visual”, disse Neves que analisou 22 publicações da revista de 2005 a 2011.
Outro exemplo é o aumento do número de seguidores do twitter da Fapeam. “Em setembro de 2010, o twitter da Fapeam tinha pouco mais de 700 seguidores. No mesmo período de 2012 já havia mais de 4 mil. Um aumento de 450% seguidores.”, destacou Nobre.
Nobre analisou um ano de postagens, 1378 twitis. “É uma média de 4,5 twittis por dia. A linguagem é muito clara e há em 76% das postagens imagens e links com outras instituições que ligam a notícias, a mais informações. É uma garantia de maior informatividade que não cabe em 140 caracteres”, disse Nobre.
As pesquisadoras destacam que ainda é preciso que as notícias de CT&I cheguem aos veículos de divulgação em massa. “Com a divulgação em massa será possível fazer a população entender que ciência faz parte da nossa vida, do nosso cotidiano”, comentou Neves. Ela disse ainda que hoje é dado pouco espaço nos jornais locais a notícias de Ciência e Tecnologia.
“Isso não pode ficar apenas a cargo da Fapeam , da SECTI-AM e das outras instituições que formam o sistema, para que a pesquisa não se restrinja ao público vinculado à Academia ou a pessoas mais próximas da produção científica”, destacou Nobre, sobre a necessidade da publicação de notícias de CT&I nos veículos de comunicação de massa.
CIÊNCIAemPAUTA, por Cleidimar Pedroso e Laize Minelli