Pesquisadores do Amazonas e Pará publicam artigo em revista Qualis A2

A pesquisa aponta que o consumo de quelônios nas comunidades tradicionais é uma prática frequente e que deve ser considerado como eixo estruturante das políticas públicas de manejo de fauna. Foto: Reprodução

Tendo como temática a cadeia de comercialização de quelônios do município de Tapauá, no Amazonas, pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal do Pará (UFPA) publicaram artigo científico na conceituada revista Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, sediada no Reino Unido.

A revista é classificada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) como sendo Qualis A2. Os pesquisadores são Jackson Pantoja Lima, Paulo Aride e Adriano Oliveira, do Ifam; Daniely Félix e Juarez Pezzuti, da UFPA; e George Henrique Rebêlo, do Inpa.

O artigo científico é resultado da tese de doutoramento do professor Jackson Pantoja Lima, doutor em Ecologia pelo Inpa, realizada de 2007 a 2012, período em que o pesquisador foi beneficiado com bolsa de estudo disponibilizada pelo Governo do Estado por intermédio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O pesquisador, que obteve sua bolsa de estudo por intermédio do Programa de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu(Posgrad) da Fapeam, acredita que a publicação de artigos em revistas com alta classificação da Capes é um avanço importante para a comunidade científica amazonense. “A Fundação tem contribuído significativamente para a formação e fixação de mestres e doutores no Amazonas, o que vem contribuindo decisivamente para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado”, revela Pantoja.

Intitulada “Integração de conhecimento ecológico tradicional e da ecologia de populações para a conservação de quelônios no Rio Purus, Amazonas”, a pesquisa científica foi realizada no trecho do Rio Purus localizado no município de Tapauá, sob a orientação do professor George Henrique Rebêlo, do Inpa. Nela, o pesquisador constatou que o consumo de quelônios é uma atividade cultural importante entre os ribeirinhos amazonenses, entretanto, o assunto é pouco explorado cientificamente.

Os pesquisadores dizem que o assunto é pouco explorado cientificamente. Foto: Acervo Pessoal/Pesquisadores

Os pesquisadores dizem que o assunto é pouco explorado cientificamente. Foto: Acervo Pessoal/Pesquisadores

Jackson Pantoja destaca que o artigo publicado na revista Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine corrobora seus estudos anteriores revelando que o consumo de quelônios nas comunidades tradicionais é uma prática frequente e que deve ser considerado como eixo estruturante das políticas públicas de manejo de fauna.

No período de 2006 a 2007, Pantoja realizou 225 entrevistas com moradores de residências ribeirinhas de Tapauá. Durante este período, todos os moradores entrevistados disseram consumir pelo menos uma das três espécies de quelônios mais abundantes em Tapauá, seja tartaruga-da-amazônia, tracajá ou iaçá. Com base nos dados de consumo por residência em Tapauá, o pesquisador estima que, pelo menos, 34 toneladas de quelônios são consumidas por ano naquele município.

Link do artigo.

O QUE É QUALIS?

Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender às necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade – A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C – com peso zero. Note-se que o mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas distintas, pode receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor atribuído, em cada área, à pertinência do conteúdo veiculado. Por isso, não se pretende com esta classificação que é específica para o processo de avaliação de cada área, definir qualidade de periódicos de forma absoluta .

Fonte: Agência Fapeam, por Denison Silvan