PESQUISAS – Fungos amazônicos têm potencial biotecnológico, aponta estudo
Fungos encontrados em cascas de árvores amazônicas têm grande potencial de uso industrial em função das variedades de enzimas que produzem. Essa é uma das conclusões do estudo realizado no curso de Química da Universidade do Estado do Amazonas, em Parintins (a 424 quilômetros de Manaus), no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), financiado pelo Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
“A nossa Região Amazônica é detentora de uma imensa diversidade fúngica, na grande maioria das vezes ausente de informações sobre o seu potencial biotecnológico e, portanto, capaz de fornecer microrganismos com potenciais variados aplicáveis na indústria”, afirmou a bolsista do Paic, Cássia Valente.
Sob a coordenação da doutora em Química e professora da UEA/Parintins, Milade Cordeiro, a pesquisa investigou os fungos existentes em cascas de três tipos de árvores com muita ocorrência no Estado: a cuúba, a massaranduba e o ipê. “Fizemos excursões fluviais na área urbana e rural de Parintins para a coleta das cascas. Na sequência, levamos para análise onde identificamos a presença da enzima tanase que pode ser amplamente utilizada na indústria biotecnológica e farmacêutica”, disse Valente.
Segundo ela, dentre esses potenciais encontra-se a biomassa fúngica que pode ser empregada na fabricação de alimentos e na biorremediação do solo contaminado com metais pesados. “Dessa maneira, o objetivo do projeto foi avaliar a influência de resíduos obtidos de três cascas de árvores amazônicas no crescimento e produção de biomassa fúngica em estado de fermentação sólida”, explicou a jovem pesquisadora.
O trabalho intitulado ‘Avaliação da Produção de Biomassa Fúngica em meio suplementado com três cascas de madeiras amazônicas’ foi apresentado na sessão de Pôsteres da programação da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre na Universidade Federal de Goiás (UFG), até a sexta-feira, 15 de julho.
Premiada como melhor bolsista de Iniciação Científica, dentre 80 bolsistas do Paic da UEA/Parintins, Valente pretende dar continuidade à vida acadêmica e já se prepara para ingressar no mestrado. “O apoio da FAPEAM me proporcionou um avanço muito grande nas minhas perspectivas acadêmicas, impulsionando meus conhecimentos. No mestrado, pretendo ampliar essa pesquisa e contribuir para o desenvolvimento científico do Estado e do País”, frisou.
Sobre a SBPC
A 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre desde a segunda-feira, 10 de julho, e prossegue até a sexta-feira, 15 de julho, na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, tem como tema central ‘Cerrado: água, alimento e energia’. Trata-se de um dos maiores eventos científicos do País.
Realizada desde 1948, com a participação de autoridades, gestores do sistema nacional de Ciência e Tecnologia (C&T) e representantes de sociedades científicas, a Reunião é um importante meio de difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento no País e um fórum de debate de políticas públicas em C&T.
Fonte: Agência FAPEAM, por Cristiane Barbosa