Pesquisas na Antártica podem continuar em dois navios, diz Raupp

01/03/2012 – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou nesta quinta-feira (1º) que dois navios da Marinha poderão ser utilizados provisoriamente para a manutenção das pesquisas na Estação Antártica Comandante Ferraz, atingida por um incêndio no último fim de semana que deixou dois militares mortos.

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Raupp disse que as embarcações Almirante Maximiano, que está funcionando, e Ary Rongel, que está em manutenção, serviriam para o prosseguimento das pesquisas até a reconstrução da base. “Porque não utilizar essas embarcações e estacioná-las o mais perto possível e começar a operar equipamentos científicos?”, propôs o ministro.

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, existem ainda outros módulos que estão localizados fora da estação Comandante Ferraz.

“A primeira questão que tem que ser pensada é como que a gente mantém essas estações que estão dentro e fora funcionando. As que estão fora, como exemplo do laboratório de hidrogenia, que está no centro da Antártica, tem sustentação energética, tem painéis solares, captando a energia do sol e geradores eólicos, lá tem muito vento. Essa estação é perfeitamente sustentável em termos energéticos. Por que não construir mais estações como essa, que pode ser construída com uma relativa rapidez?”, disse o ministro.

“É uma série de ideias do ponto de vista da gestão do programa científico que tem que ser operacionalizadas", afirmou. Ele disse que a equipe do MCTI vai coletar informações do que eles podem fazer e ver se a Marinha tem condições de implantar esses sistemas para reconstrução da base em condições mais seguras e duradouras.

Novembro
Nesta quarta, o contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, responsável por gerenciar o Programa Antártico Brasileiro, afirmou que a intenção do governo brasileiro é reiniciar parte dos trabalhos de pesquisa na base já no próximo verão antártico, que começa em novembro.

"A ideia inicial é construir uma estrutura, que não é a estação, mas que são módulos antárticos iniciais que possam no próximo verão abrigar pesquisas, abrigar o pessoal da Marinha com segurança, e também servir de canteiro de obras porque precisamos ter mais gente lá para preparar todo o terreno lá e termos gente para construir a nova estação", afirmou o almirante.

Segundo ele, o trabalho de reconstrução da base tem início em ações tomadas em Brasília.

Raupp se reuniu pela primeira vez com pesquisadores de universidades e representantes de institutos de trabalhos científicos desenvolvidos na Estação Antártica Comandante Ferraz para falar de ações de continuidade ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou após o incêndio que a previsão é de que a base seja reconstruída em dois anos.

De acordo com Raupp, nem toda a base foi atingida, como o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que “teve a sorte de os seus três módulos não terem sido destruídos”, afirmou o ministro.

Fonte: G1