Petrobras registra primeiro vazamento de petróleo na camada do pré-sal
01/02/12 – A Petrobras informou, em nota divulgada no início da tarde de ontem (31/01), que já foi contido o vazamento de petróleo em alto-mar na Bacia de Santos. A companhia disse que, por volta das 8h30, houve rompimento em uma coluna que transporta o petróleo até o navio-plataforma FPWSO Dynamic Producer, a 300 quilômetros da costa de São Paulo. Dados preliminares indicam que houve uma ruptura do equipamento chamado riser, que conecta a plataforma ao poço no fundo do mar, liberando 33 metros cúbicos de petróleo cru. Essa é a primeira análise feita pelos peritos.
No local, está sendo realizado um teste de longa duração no pré-sal, a uma profundidade de 2.140 metros. Segundo a Petrobras, o poço foi fechado automaticamente após o rompimento, com estimativa de vazamento de 160 barris. A empresa estima que o óleo derramado não alcançará a costa.
A estatal também informou que acionou imediatamente o seu plano de emergência e que já comunicou a ocorrência à Marinha, ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O poço continua fechado e a empresa está recolhendo o petróleo que vazou.
Técnicos do Ibama farão hoje (01/02) um sobrevoo na região da Bacia de Santos para verificar a dimensão do vazamento de petróleo cru na área. De acordo com o Ibama, desde ontem especialistas foram enviados para acompanhar as operações de urgência feitas pela Petrobras em Macaé (RJ).
O oceanógrafo David Zee, perito policial no vazamento de cerca de 400 mil litros de óleo na Bacia de Campos (RJ) em campo operado pela petroleira Chevron, há dois meses, sustenta que a profundidade divulgada pela Petrobras, de 2.140 metros, atrapalha as ações. "Em uma profundidade dessas não se pode fazer muita coisa. É um ambiente de difícil acessibilidade e inóspito. No pré-sal, a capacidade de controle de um vazamento fica muito dificultada", afirmou.
O economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, prevê novos acidentes. "O Brasil e a sociedade estão vendo que petróleo vaza. A probabilidade de vazamentos aumenta à medida em que se fura mais poços, que é o que acontece no mundo todo. As empresas têm de começar a desenvolver procedimentos que tornem mais segura a atividade."
Fonte: Jornal da Ciência, com informações Agência Brasil e Agência Estado