Plano Norte de CT&I avança com a proposta de criação de programas de desenvolvimento

A primeira reunião entre o ministro de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, em conjunto com os secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação e dos presidentes de Fundações de Amparo às Pesquisas da região Norte para discutir o Plano Norte de CT&I foi marcada pela apresentação de propostas que possam contribuir para o desenvolvimento da área na Amazônia. A reunião aconteceu na manhã desta segunda-feira (29/10), no Palácio Rio Branco, em Manaus.

O ministro avaliou positivamente o encontro. Segundo Raupp, a obtenção de um entendimento comum entre as instituições é fundamental para uma parceira de longo prazo no sentido de desenvolver ações para a Amazônia, sempre de forma cooperada entre estado e governo federal. Entre as propostas apresentadas, pode-se destacar a questão do estabelecimento de cotas de recursos para a Amazônia, além do incentivo à implantação de parques tecnológicos.

De acordo com o ministro, o próximo passo é sistematizar o que foi debatido e realizar uma próxima reunião a fim de estabelecer ações concretas.“O objetivo é consolidar e definir um programa de atuação de médio e longo prazos”, disse. O ministro adianta que a expectativa é começar a financiar projetos que forem selecionados a partir de janeiro. ”Não queremos pensar no futuro da Amazônia e sim, no presente”, ressaltou.

A iniciativa, que partiu do ministro Raupp, vai ao encontro do que o Conselho Nacional de Secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e o Conselho Nacional das Fundações de Amparo às Pesquisas (Confap) vêm articulando, com a pretensão de elaborar um grande plano de CT&I para a região Norte numa perspectiva de 30 anos.

UM OLHAR PARA A AMAZÔNIA

Para o secretario de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas e presidente do Consecti, Odenildo Sena, a reunião é histórica, pois a iniciativa partiu do MCTI para discutir ações emergentes para a região Norte.“Isso nos abre uma expectativa enorme, pois a vinda do ministro Raupp nos mostra sua determinação de romper ou começar a romper esse paradigma de isolamento na área de CT&I”, afirmou.

Para Sena, a reunião foi um ponto de partida para debate dos projetos desenvolvidos na Amazônia. “Quando exigimos mais recursos para CT&I, fazemos não se esquecendo do mérito. Aqui estão vários representantes da região Norte e o interesse é pensar a Amazônia como um todo, ou seja, nós estamos defendendo o interesse de apresentar projetos de qualidade”,comentou.

Sobre o Plano de CT&I, Sena afirmou a intenção de se montar uma proposta numa perspectiva de 30 anos. “Nós queremos um plano de 30 anos que possa representar um legado para a região Amazônica. Que o plano possa representar uma confluência de ações que venham, de fato, contribuir para o desenvolvimento da região que todos a consideram da maior relevância, mas que o Brasil continua dando pouca importância”.

CIÊNCIA PARA DESENVOLVER OUTRAS ÁREAS ESTRATÉGICAS

De acordo com Raupp, todos querem maior infraestrutura para pesquisa como as áreas da biodiversidade e de biotecnologia. “Ter centros importantes de biotecnologia são fundamentais. Esses centros não somente estimulam o desenvolvimento da ciência da região, mas estimulam a capacitação de empreendedores, que possam, a partir do conhecimento, desenvolver produtos para a geração de renda na própria região”, afirmou.

Para a diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olivia Simão, a reunião serve para definir as ações prioritárias, num tempo plausível.“Para nós, sobrou um legado que é desenvolver de forma sustentável nossa região, mas os modelos que estão vigentes não nos servem. Precisamos de investimentos para criar massa crítica bem formada para pensar novas soluções. Para aliar desenvolvimento social, econômico e a conservação da floresta amazônica, que é um legado para o Brasil e para a humanidade mundial”, afirmou.

Participaram representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), das instituições federais de pesquisa, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e do próprio MCTI.

 

Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Carlos Fábio Guimarães