Plenária debate indutores de investimentos para a inovação
Indutores de Investimentos para a Inovação. Esse foi o tema da sessão paralela ocorrida na tarde desta quarta-feira (26), no Balroom do Royal e Golden Tulip, em Brasília. O evento faz parte da programação da 4º Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI). Ao abrir o debate, Emílio Matsuo, vice-presidente executivo de Tecnologia da Embraer, disse que a inovação, a tecnologia e a competitividade na indústria aeronáutica são características chaves para o bom posicionamento do setor. Ele explicou que os pilares para a perenização da indústria aeronáutica se sustentam no adensamento da cadeia, na vanguarda tecnológica, e na competitividade da empresa âncora.
De acordo com Matsuo, para suportar cada um desses pilares existem mecanismos importantes que permitem envolver universidades e empresas em um esforço de integração de todas as tecnologias desenvolvidas. Ele explicou que algumas das propostas de instrumentos de fomento do setor aeronáutico estão relacionadas a encomenda de projetos de plataformas demonstradoras de tecnologias e a uma política de Estado dedicada ao setor aeronáutico, entre outros pontos.
O diretor de Relações Internacionais, da Vale Soluções em Energia S.A. (VSE), brigadeiro Gilberto Rigobello disse, por sua vez, que a VSE tem a função de desenvolver e fornecer equipamentos e sistemas integrados para a geração de energia distribuída, com fundamentos em soluções eficientes, competitivas e sustentáveis. Ele contou que a VSE tem um programa de motores de turbinas a gás em parceira com o ITA e que futuramente a ideia é criar um mestrado em turbinas e desenho de turbinas. Outro projeto mencionado por Rigobello foi o de Energia Limpa e o de Inclusão Social na Amazônia, cujo objetivo, conforme ele, foi a universalização do uso da energia elétrica na Amazônia, com a substituição do Diesel pelo Etanol.
Uma das visões da VSE, segundo Rigobello, é o da sustentabilidade do ciclo do etanol, com geração de energia 100% limpa, com movimento dos sistemas híbridos e o etanol como comodity. “Nós pretendemos transformar toda a plantação de cana verde em etanol. Nós temos toda uma tecnologia de cana hoje no Brasil, com a qual podemos ajudar outras regiões do planeta”, afirmou.
Julio César Raimundo, superintendente da área industrial do BNDES, explicou que “o grande indutor da inovação é a participação do setor privado e que está sendo feito um trabalho em conjunto com a CNI em favor do movimento da inovação”. Segundo ele, o apoio à inovação é uma prioridade para o BNDES, assim como fazer com que a inovação se espraia no banco com um todo. “Precisamos aumentar os gastos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), assim como aumentar os investimentos públicos e privados em P&D. Outro fator é a questão de termos pouco percentual de pesquisadores em empresas”, salientou.
O coordenador do painel, José Eduardo Cassiolato da UFRJ, disse que são precisos incentivos fiscais para subsidiar o custo de P&D no Brasil; arranjos híbridos voltados a estimular a colaboração entre as universidades e as empresas no que tange P&D; financiamento e taxas preferenciais à inovação de P&D; e poder de compra, como forma utilizada para estimular a inovação no setor privado. Como problema encontrado, Cassiolato, destaca que as empresas são pouco receptivas aos subsídios direcionados à P&D.
“Temos que sair do pneu e ir para o carro. O limite do apoio à P&D e as implicações se restringem aos projetos colaborativos a refação da dupla universidade/empresa. É necessário que haja uma inovação incremental, radical, organizacional e social”, defendeu.