Saúde indígena é tema de Congresso de Secretários de Saúde
CIÊNCIAEMPAUTA, POR CRISTINA LIMA
O seminário “Avaliação da política de saúde indígena, financiamento e suas interfaces nas regiões Norte e Nordeste” ocorreu na terça-feira (15), durante o II Congresso de Secretários Municipais de Saúde das Regiões Norte e Nordeste. O evento que aconteceu no período de 14 a 17 de abril, em Manaus (AM), no Centro de Convenções do Manaus Plaza Shopping, e tem como tema “Desafios para construção de políticas públicas de saúde com foco nas especificidades regionais do Norte e Nordeste”.
Participaram do Congresso, secretários municipais de saúde, técnicos e trabalhadores do SUS das duas regiões. O objetivo do encontro foi discutir e propor soluções para a gestão em saúde, regionalização e financiamentos, entre outros assuntos. O evento foi realizado pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM).
Durante a avaliação da política de saúde indígena foram expostas as principais deficiências de cada município em desenvolver ações mais efetivas nessa área. Representantes dos órgãos envolvidos expuseram os trabalhos realizados e suas experiências, e foi ressaltada a importância da parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), para que não ocorra distinção na hora do atendimento.
Para a secretária municipal de Saúde de Maués (AM), Sheila Said, as discussões ocorridas no seminário foram de extrema importância, para que possa haver um entendimento melhor sobre o assunto, a começar pelos órgãos envolvidos com a saúde indígena. “Concordo com o secretário especial de saúde indígena, Dr. Antônio Alves. É preciso muito mais entendimento na prática do que o que há nos documentos e nas portarias”, comenta.
Ainda de acordo com Sheila Said, o pensamento da gestão é de que não há diferenciação entre população indígena e não-indígena. “Entendemos que quem está no território de Maués é de responsabilidade do município. Entretanto, as ações dentro das aldeias, nas áreas indígenas, especificamente, estão sob a responsabilidade dos DSEIs – Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Mas a partir do momento em que o indígena entra na cidade, ele passa a ser de responsabilidade do município como as demais pessoas”, observa.
Segundo o coordenador do DSEI Kaipó, no Estado do Pará, João Paulo, a vinda à capital amazonense para discutir esse tema e a oportunidade de reunir representantes de órgãos envolvidos com a saúde indígena são relevantes. “Nós como gestores da saúde indígena levamos em consideração que este é um momento de integração entre esses gestores de saúde indígena com os gestores municipais, para poder dar uma assistência de qualidade à população indígena, considerando que também fazem parte dos municípios em que estão inseridos, e têm de ser atendidos da mesma forma que os demais”, afirma.
O Congresso segue até o dia 17 (quinta-feira) com a realização de plenária e elaboração da II Carta Norte Nordeste. A abertura do evento contou com as presenças do ministro da Saúde, Arthur Chioro; do governador do Amazonas, José Melo; do secretário de Estado de Saúde, Wilson Alecrim; do secretário de Saúde de Manaus, Homero de Miranda Leão; do vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus e prefeito em exercício, Sildomar Abtibol; e de técnicos do Ministério da Saúde.
CIÊNCIAemPAUTA, por Cristina Lima