Presidente do CNPq enfatiza a comunicação dos cientistas com a sociedade

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, concedeu a palestra de abertura da 5ª Semana de Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, na tarde de sexta-feira (13). Professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e empossado em janeiro deste ano, Oliva fez sua primeira visita a uma das três universidades públicas paulistas como presidente do CNPq.

Pouco antes da palestra, Glaucius Oliva adiantou que ofereceria ao público um panorama do sistema nacional de C,T&I, resumindo os avanços conseguidos ao longo das seis décadas do CNPq, e discutir os desafios que a ciência brasileira tem pela frente. “Os desafios se concentram na fronteira do conhecimento, ou seja, em melhorar a qualidade e o impacto da ciência que fazemos no Brasil. Isto implica, entre outras coisas, em maior internacionalização e, também, em maior inserção da ciência na solução dos grandes problemas do país – questão que envolve inovação, transferência de tecnologia e engajamento das empresas no esforço nacional de P&D”.

O terceiro aspecto destacado pelo presidente do CNPq é a importância da comunicação da ciência com a sociedade, o que o órgão espera viabilizar por meio de um grande programa nacional de comunicação social. “Todos os cientistas brasileiros devem perceber que, além de fazer pesquisa e formar gente de qualidade, também é nosso papel comunicar o que é feito para a sociedade que nos financia e apoia. Por isso, as atividades de educação e divulgação científica serão estimuladas e reconhecidas”.

Segundo Oliva, pretende-se uma abordagem bastante ampla, com um plano de comunicação que envolva todas as mídias possíveis – Internet, rádio, TV e, extensivamente, recorrendo a parcerias com as grandes redes de comunicação. “A ideia é colocar a ciência no cotidiano das pessoas, usando personagens de novela, quiz shows sobre temas científicos, olimpíadas de ciência, museus de ciência, revistas de divulgação científica. Tudo isso vai ser explorado”.

Em relação ao público jovem, Glaucius Oliva anunciou a perspectiva de ampliar o Programa de Iniciação Científica Jr, que oferece bolsas a estudantes do ensino médio para antecipar sua inserção em grupos de pesquisa da academia. “Para isso, as universidades precisam ser nossas parceiras e venho acompanhando com interesse as iniciativas da Unicamp nesse sentido. Vivemos uma grande expansão do sistema universitário, com novos campi em quase todas as regiões, mas que precisam de bons exemplos de como fazer ciência de qualidade, com inserção, transmissão de conhecimento, inovação e atração de jovens. Isso, a Unicamp, sem qualquer exagero, tem feito com muita excelência”.

Semana de Pesquisa – Promovida conjuntamente pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e pela Comissão de Pesquisa da FCM, a 5ª Semana de Pesquisa aconteceu de 9 a 12 de maio, sob o tema “Publicações científicas”. Entre os dias 10 e 11, foram realizadas duas oficinas sobre construção, publicação e revisão de artigos científicos, coordenadas por Andrea Kauffmann-Zeh, editora senior por seis anos da revista Nature. Durante o evento, 153 trabalhos científicos foram apresentados em forma de pôsteres.

O professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa, salientou que a Semana de Pesquisa da FCM evolui a cada edição, simbolizando a transformação que a unidade vem passando ao longo dos últimos 20 anos. “Foi quando a FCM planejou atrair para seus quadros docentes com experiência em pesquisa para formar lideranças nacionais e internacionais nas diversas áreas da medicina. É um exemplo bem sucedido da transição de uma faculdade voltada apenas ao ensino para outra que conjuga ensino, pesquisa e extensão no seu melhor propósito”.

Fonte: Ascom Unicamp, via CNPq