Primeiro cometa ‘brasileiro’ é reconhecido por órgão internacional

Na imagem é possível ver o cometa C/2014 A4 Sonear dentro do círculo. No canto direito acima, está o telescópio que fez a observação, instalado no interior de Minas Gerais (Foto: Divulgação/Facebook/Sonear Observatory). Foto: Reprodução

Pela primeira vez, brasileiros descobriram um cometa a partir de observações feitas no País. Batizado de C/2014 A4 Sonear, o corpo celeste foi visto pela primeira vez por Cristóvão Jacques, João Ribeiro e Eduardo Pimentel, astrônomos amadores de Minas Gerais.

Jacques disse que o C/2014 A4 Sonear foi visto no último dia 12 e sua confirmação foi feita no dia 16 pela União Astronômica Internacional (IAU).

O telescópio utilizado na descoberta está instalado em um observatório particular batizado de Sonear (sigla em inglês para Observatório Austral para Pesquisa de Asteroides Rasantes a Terra), montado a 5 km da cidade de Oliveira, a 120 km de Belo Horizonte.

Como o nome já diz, o equipamento tem a finalidade de rastrear asteroides que passam próximo da Terra. Para isto, é necessário realizar uma varredura no céu e foi em um desses estudos que o cometa foi encontrado.

“Inicialmente não notamos que era um cometa. Quem constatou foi o astrônomo italiano Ernesto Guido (que trabalha em Castellammare di Stabia, na Itália), que é meu amigo”, explicou Jacques.

O mais surpreendente, de acordo com o astrônomo amador, é que o observatório mineiro tem pouco mais de um mês de funcionamento e já relatou uma descoberta notória. “Ficamos felizes porque não esperávamos uma descoberta tão rápida. Outras virão pela frente”.

O cometa C/2014 A4 – Sonear tem aproximadamente 20 km de diâmetro e está a 900 milhões de km de distância da Terra. O mais importante: não está em rota de colisão com o nosso planeta.

De acordo com Cristóvão, o máximo que o corpo celeste deve chegar próximo é a 450 milhões de km, previsto para acontecer em setembro de 2015.

O projeto do Sonear começou em 2009 e “deslanchou mesmo” a partir de 2012, de acordo com Jacques. Ele é controlado remotamente, ou seja, de qualquer parte do mundo os astrônomos conseguem acessar seus dados via internet. Atualmente, segundo o astrônomo amador, é o único equipamento que rastreia asteroides no Hemisfério Sul.

Fonte: G1