Produção de florestas é aposta de estudante da Ufam para ganhar Prêmio

Projeto de Ludymila Lobo de Aguiar detalha todo o processo de geração de renda por meio do plantio e do cultivo de mudas de árvores. Foto: Divulgação

Como conectar moradores de áreas rurais dos municípios de Iranduba e de Barcelos, localizados no interior do Estado do Amazonas (a 9 km e a 405 km distantes de Manaus, respectivamente), a empresas e pessoas do mundo todo, de modo que, em curto prazo, meio ambiente e todos os envolvidos nesse processo saiam ganhando? A solução encontrada pela estudante do 5º período de Ciências da Computação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ludymila Lobo de Aguiar, e pelo professor orientador dela, doutor Alexandre Rivas, foi investir em árvores. Isso mesmo.

Com o título “Produção de floresta e de serviços ecossistêmicos na Amazônia utilizando mecanismos de mercado” o projeto que detalha todo o processo de geração de renda por meio do plantio e do cultivo de mudas de árvores é um dos finalistas do Prêmio de Empreendedorismo Sustentável Amazônia 2020, que ocorre na próxima terça-feira (6), no auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais (FES) da Ufam.

O projeto consiste num sistema de produção em que empresas investem para que ribeirinhos possam reflorestar áreas que sofreram intervenção humana e, após o crescimento das mudas, sejam gerados certificados de carbono. Os certificados poderão ser comprados por investidores e comercializados no mercado de carbono.

Aguiar explica que, primeiro, empresas compram certificados de árvores para que haja dinheiro a ser investido na compra de sementes, as quais serão entregues aos ribeirinhos de áreas dos municípios de Iranduba e de Barcelos, onde inicialmente o projeto está sendo implantado.

“A ideia do projeto é conectar pessoas que querem salvar a Amazônia com pessoas que têm dinheiro e com pessoas que vivem nessa Região. Moradores das grandes cidades às vezes querem ajudar a salvar a natureza e não sabem como. Para isso, a pessoa tem que estar no local do problema. Então é isso o que o projeto une. Pessoas que estão no local onde o problema está ocorrendo a pessoas que querem ajudar e têm dinheiro pra isso”, ponderou Aguiar.

A partir do plantio e cultivo das mudas, os ribeirinhos passam a ser acompanhados por uma equipe técnica do projeto, a qual vai monitorar o crescimento das árvores para que sejam gerados certificados de carbono, disponíveis a partir das árvores efetivamente plantadas e que se tornam produtivas. Esses certificados podem ser negociados no mercado de carbono, gerando renda. Além disso, a pessoa que investir nos certificados receberá 50%  do valor investido após 18 anos, como título de capitalização.

Os outros 50% obtidos pelo projeto com a venda dos certificados através do site vão para um fundo de investimento e serão distribuídos trimestralmente entre as famílias responsáveis pela manutenção das áreas plantadas. Assim, elas recebem remuneração por cada hectare com árvores que se tornam produtivas e podem plantar mais mudas, bem como se beneficiar de insumos produzidos por elas (frutos, sementes, óleos, etc), os quais podem, também, ser vendidos.

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>> Produção de floresta e de serviços ecossistêmicos na Amazônia utilizando mecanismos de mercado

Fonte: Ufam