Profissionais de saúde humanizam partos no Instituto da Mulher
CIÊNCIAEMPAUTA, POR MIRINÉIA NASCIMENTO
Envolver a família durante o nascimento da criança, permitir que familiares façam o corte do cordão umbilical, oferecer massagem relaxante e fazer exercícios antes do parto são alguma das formas para tentar diminuir as dores, o medo e a insegurança da grávida no momento do parto normal.
Em quatro anos de serviços prestados à população do Amazonas, o Instituto da Mulher Dona Lindu já atendeu a mais de 371 mil mulheres nas áreas de mastologia, ginecologia e obstetrícia.
Na área de obstetrícia vem aplicando diferentes métodos para minimizar alguns sintomas do parto normal. De acordo com a enfermeira obstétrica e gerente da enfermagem, Maria Gracimar Oliveira Fecury da Gama, cerca de 60% dos 650 partos realizados por mês são naturais devido à prática diária de 22 projetos dedicados à mãe e à criança, que estimulam a sociabilização no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não fazemos atendimento, mas acolhimento. Trata-se de uma instituição nova, voltada para a humanização em que a gestante tem direito ao acompanhante na hora do parto, fazendo com que a família esteja presente nesse momento”, pontuou.
Os projetos ‘Vovós amigas do peito’, ‘Novas alternativas para o parto natural: cama PPP, barra e bola suíça, massoterapia, reflexologia, escalda-pés, corte do cordão umbilical, presença do acompanhante, partograma’, ‘Serviço de atendimento a vítimas de violência sexual’, ‘Não sou visita, sou filho’, ‘Lei do acompanhante 11.108/2005’, ‘Método Canguru’, e ‘Vinculação da gestante – Lei 11.634/2007’, entre outros, levaram o Instituto a ganhar o prêmio do concurso cultural ‘Faço parte do SUS que dá certo 2013’, do Ministério da Saúde. Foram inscritas 284 experiências de todo o Brasil e o Amazonas foi o único Estado da Região Norte que ficou entre os 10 ganhadores.
Esses projetos contam com a participação dos funcionários do Instituto que são treinados para acolher a parturiente e proporcionar a ela e aos familiares um atendimento diferenciado e de qualidade. Segundo Fecury, são procedimentos adotados para atender às necessidades identificadas no trabalho de parto, e de acordo com práticas inovadoras observadas na troca de experiências entre outras maternidades do Brasil e até mesmo do exterior, como é o caso da Massagem de Mama – Técnica Morhi e o Enfaixamento Pélvico, ambos no modelo japonês.
APROVAÇÃO E RECONHECIMENTO
![Daniele Moreira Figueiredo de volta ao Instituto para ter seu o segundo filho. Foto: Eduardo Gomes/CIÊNCIAemPAUTA](http://temporario.seplancti.am.gov.br/wp-content/uploads/2014/06/IMG_3572-300x200.jpg)
Daniele Moreira Figueiredo volta ao Instituto para ter o segundo filho. Foto: Eduardo Gomes/CIÊNCIAemPAUTA
Daniele Moreira Figueiredo, 26 anos, enfermeira em saúde pública voltou ao Instituto para ter seu segundo filho. Ela escolheu o Instituto por confiar nos profissionais e pelo atendimento prestado. Disse que a mãe a acompanhou no nascimento do primeiro filho, mas agora seria a vez do marido participar. “O atendimento é bem acolhedor e me dá segurança. Estar com a família por perto tira o medo, o receio, deixando a gente mais confortável”. O esposo, João Luiz, 30 anos, apesar de nervoso com o parto, ficou ao lado da mulher, ajudando-a com os exercícios para a estimulação, conforme orientação das enfermeiras.
Na quinta gravidez, Lucilene Ferreira da Silva, 39, comparou o atendimento do Instituto com as outras maternidades onde nasceram os outros filhos, dando destaque ao projeto ‘Não sou visita, sou filho’, em que é permitida a entrada de crianças na hora da visita, e uma segunda opção de horário, das 19h às 21h.
Com atendimento 24 horas, o Instituto conta com obstetras, pediatras, enfermeiros intensivistas e obstetras. São 215 leitos distribuídos entre sala de cirurgia, UTI, CTI, laboratório, sala de raio x, ultrassonografia e banco de sangue. Fecury informou que de acordo com a lei de vinculação da gestante é permitido o atendimento à mulher grávida na maternidade pública de sua escolha. “Temos um processo de visita na instituição em que a mulher, em qualquer momento da gestação, pode visitar o Instituto e decidir se quer ter o bebê aqui”. As visitas ocorrem às terças, quintas e sextas-feiras, às 9h da manhã, e de segunda e quarta às 14 horas.
Em abril deste ano, o Instituto recebeu o título de Hospital Amigo da Criança, entregue pelo Ministro da Saúde, Arthur Chioro, reconhecendo-o nacionalmente como uma unidade de saúde em excelência no cuidado da mulher e na qualidade da amamentação. Ainda este ano dois projetos serão apresentados no Encontro Internacional de Parto Nascimento, no Rio de Janeiro, e outros dois no Congresso em Belém, neste mês de julho.
GINECOLOGIA E MASTOLOGIA
Fecury esclarece que o atendimento ginecológico oferecido é somente de urgência e emergência e que consultas de rotina devem ser agendadas na rede básica de saúde. “Atendemos os casos de mioma, cisto, histerectomia, entre outros. Mas preventivo e exames de rotina não são feitos por aqui”.
Outro atendimento prestado é o de mastologia para mulher com dor na mama ou que identifiquem alguma anormalidade durante o autoexame. A enfermeira orienta que elas se dirijam ao ambulatório do Instituto para serem atendidas e acompanhadas, sendo feito inclusive biópsia quando necessário. Nos casos de diagnóstico de câncer, a mulher é encaminhada à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento