‘Programa Ciência sem Fronteiras está mexendo com estruturas’, diz presidente da SBPC
O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), do Governo Federal, aumenta as oportunidades de intercâmbio de experiência de estudantes brasileiros no exterior. Na avaliação da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, o programa “dará resultados em cinco, dez anos”.
“Os bolsistas são agentes modificadores que exercerão uma pressão por mudança muito positiva quando voltarem”, diz. A pesquisadora alerta, no entanto, para a necessidade de o governo “não esquecer da própria casa”. “Tem muito aluno de pós aqui no Brasil sem bolsa de estudos.” Confira a entrevista:
Qual sua avaliação do programa Ciência sem Fronteiras?
Helena Nader: É uma iniciativa ousada. Não é trivial organizar em quatro anos o envio de 101 mil pessoas para uma temporada de estudos fora do País. A rapidez com que o programa foi colocado em funcionamento gerou problemas, claro, mas eles foram se resolvendo à medida que o CSF ganhou corpo.
Qual a importância de fazer intercâmbio na graduação e como os estudantes podem tirar melhor proveito da experiência?
Helena Nader: Quanto mais cedo o aluno travar contato com a realidade do mundo globalizado, melhor. Além disso, quem vai para fora pode ver, dependendo do país, que as atividades em sala de aula são cada vez menos frequentes. Os universitários, hoje, precisam ter postura mais ativa, buscando formação e informação por conta própria. Os encontros presenciais são momentos para discussão.
Como a senhora vê a questão do déficit do inglês?
Helena Nader: É outra estrutura em que o CSF está mexendo ao alertar as universidades brasileiras, mais uma vez, de que o inglês é a língua científica mundial.
Fonte: O Estado de São Paulo.