Projeto Ciência Móvel leva C,T&I para todo o Brasil

Imagine veículos especialmente adaptados para divulgar a ciência por meio de exposições, oficinas e atividades lúdicas em cidades médias e pequenas, distantes dos grandes centros urbanos. Isso já é realidade no sudeste do País por meio do projeto Ciência Móvel, uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em parceria com algumas instituições e centros de pesquisa.

Durante a 63ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foram apresentados na tarde da quinta-feira, 14 de julho, algumas experiências desse projeto que visa à inclusão de populações sem acesso aos centros e museus de ciência, colaborando para a superação dos desequilíbrios regionais e expandindo as fronteiras do conhecimento científico do Brasil.

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De acordo com o mediador José Ribamar Ferreira, o objetivo inicial era popularizar a ciência nas comunidades que não tinham acesso aos equipamentos culturais das grandes cidades. “Até 2009, os museus móveis eram apenas 20, entretanto, com o projeto ‘Pop Ciência’ a intenção é que até 2022 sejam implantados 40 projetos do tipo Ciência Móvel que levem a rede a todas as unidades da Federação, garantindo, assim, a interiorização da iniciativa”, afirmou.

Na ocasião, foram apresentadas algumas iniciativas do projeto, como a ‘Caravana da Ciência’, da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior do Rio de Janeiro (Cecierj) e a ‘Oficina Desafio’, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Caravana da Ciência é voltada para estudantes do Rio de Janeiro

A Caravana da Ciência é uma carreta itinerante que percorre os municípios do Rio de Janeiro (RJ) levando experimentos interativos, jogos lúdicos e um planetário inflável. A ideia, segundo a gerente executiva, Natasha von Held, é levar aos alunos um ambiente de descontração e ao mesmo tempo de informação sobre ciência de maneira dinâmica e lúdica.

“É fascinante observar alguns alunos empolgados com ciência. Há aqueles que passam um dia inteiro dentro da caravana”, afirmou.

De 2007 a junho de 2011, a caravana da Cecierj alcançou um público estimado em 120 mil pessoas em 25 municípios do Rio de Janeiro.  

Oficina-Desafio da Unicamp

Outro projeto de Ciência Móvel é coordenado pela pesquisadora, Adriana Vitorino Rossi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De acordo com Rossi, a ideia é levar a ciência de forma lúdica e prática, buscando incentivar, principalmente, os estudantes a aplicarem conhecimentos adquiridos na escola, valorizando o enriquecimento intelectual e as relações sociais.

O projeto conta com diversas unidades móveis, entre elas, as que são bibliotecas, outras que viram palcos para apresentações e outra maior onde é realizada a ‘Oficina Desafio’, que tem como proposta fazer as pessoas trabalharem em grupo para resolver seus próprios desafios.

Um exemplo dado por Rossi é a dinâmica ‘cinema/pipoca’, em que os participantes precisam refletir e encontrar uma solução para o problema dos descartáveis deixados pelos usuários quando deixam a sessão de filmes. “Eles refletem, debatem e procuram vencer o desafio dado por nós”, disse.

Segundo a pesquisadora, a ideia é aproximar pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer a ciência. O projeto está crescendo e a proposta é que ele alcance o público da terceira idade.

A 63ª reunião da SBPC encerra hoje, 15 de julho. Durante seis dias, a cidade de Goiânia recebeu gestores de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), pesquisadores e estudantes de todo o Brasil e de alguns países como a Alemanha, para tratar das políticas públicas de C,T&I, bem como para realizarem apresentações de trabalhos na área científica.

Foto 1 – Imagem do caminhão da Cicerj (Fotos:Carlos Fábio Guimarães).

Foto 2 – Pesquisadora Adriana Vitorino Rossi.

Fonte: Agência FAPEAM, por Carlos Fábio Guimarães