Projeto da Ufam leva informação sobre uso de pílulas do dia seguinte a jovens de escolas publicas

CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel

Após uma relação sexual não protegida, muitas meninas acabam utilizando a pílula do dia seguinte como forma de prevenir uma gravidez indesejada. Porém, o uso indiscriminado e sem a devida orientação podem gerar danos ao organismo. Diante dessa realidade e com o objetivo de levar informações sobre esse método de emergência, a professora e especialista em morfologia humana do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),  Lúcia Tereza Tapajós Makarem, está coordenando o projeto de extensão “Os jovens e o uso da pílula do dia seguinte: como e quando usar”.

A ideia surgiu após a professora realizar trabalhos com os discentes da Ufam e verificar que muitas adolescentes na faixa etária de 14 a 18 anos utilizavam a pílula como contraceptivo, o que pode ocasionar problemas, a curto, médio e longo prazo. “Muitos jovens recorrem à pílula do dia seguinte, embora este recurso só deva ser utilizado em situações extremas, como é o caso de estupros ou falhas nos métodos contraceptivos e não como rotina para evitar uma gravidez”, afirma Makarem.

O projeto terá inicio com estudantes do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Santana. A perspectiva é que o projeto alcance estudantes do Ensino Médio de outras escolas públicas do Amazonas.

A professora destaca que o crescimento do uso da pílula do dia seguinte entre adolescentes também acontece em decorrência de ser um método barato e de fácil acesso, pois é comercializado a preços populares e vendido sem a exigência de receita. “Com a existência da contracepção de emergência, muitas jovens se descuidam e colocam nessa pílula a responsabilidade de evitar uma gestação. No entanto, essa população deve adotar os métodos contraceptivos adequados e que realmente atuam de forma preventiva contra a gravidez e também contra as doenças sexualmente transmissíveis, como o uso da camisinha”, afirma.

CONSEQUÊNCIAS DO USO

pilula_do_dia_seguinte1A chamada pílula do dia seguinte teve a sua introdução no Brasil em 1999 com o objetivo de  impedir a gravidez indesejada, nos casos de acidentes com o preservativo ou violência sexual. O uso indiscriminado das altas doses de hormônio que contem nas pílulas podem causar efeitos colaterais e danos irreversíveis ao organismo.

Esse tipo de pílula, composto só de uma substância similar à progesterona, é apresentado na forma de um ou dois comprimidos. A pílula do dia seguinte pode ser tomada em até 12 horas da relação sexual para aumentar a eficácia do método.

Segundo a coordenadora do projeto, Lúcia Makarem, os efeitos colaterais que o medicamento provoca são: desequilíbrio hormonal, náuseas, dores de cabeça e no corpo, diarreia e vômito. A longo prazo, seu uso pode causar uma gravidez ectopia (gravidez nas trompas). Além disso, pode prejudicar o funcionamento do aparelho reprodutor feminino e dificulta futuras gestações.

A ação da pílula pode inibir ou retardar a ovulação, ou seja, capaz de dificultar a passagem do óvulo ou do espermatozoide, além de provocar alterações no endométrio, bloqueando a implantação do óvulo, como podemos ver abaixo.

Como funciona a Pílula do Dia Seguinte no organismo. Fonte Editoria de arte  Folhapress

Como funciona a Pílula do Dia Seguinte no organismo. Fonte Editoria de arte Folhapress

 

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